sábado, 23 de julho de 2011

Menino de rua - Street child


Chamam-no bandido, mas nunca lhe perguntam sobre sua infância,
Sua necessidade, seus sonhos. 
Acusam-no, o discriminam, desprezam-no sem, contudo, 
Se preocuparem com o quanto estes tratamentos o fere, o  faz sofrer. 
É assim que tratamos os nossos meninos de rua, 
Meninos que deixamos crescerem nas ruas das nossas cidades 
Alimentando-os com desprezo que os fazemos comer, engolir seco.

Nossos meninos, meninos das nossas ruas! 
Não nos preocupamos com suas necessidades de afeto, não pensamos 
Na sede de amor de seus espíritos, só sabemos que são meninos de rua
E achamos normal que eles vivam nas ruas. 
Não nos preocupamos com a nossa participação nas causas que os 
Transformam no que chamamos "monstros“, criminosos, 
Mas os queremos condenados, presos, encarcerados. 
Pensamos que os prendendo estaríamos encontrando a solução para 
Um problema que, teimosamente, reclama em nossas portas.

Meninos de ruas! 
Nossos meninos, nossos problemas, produto do nosso descaso para 
Com o próximo. 
Nossos vizinhos, irmãos que não vivem próximo, sem no entanto, 
Estarem distantes. 
Meninos de rua, bandidos, nossos bandidos, criminosos criados por 
Nós. 
Meninos de rua, nossos meninos, nossos pesadelos do dia a dia, 
Inevitáveis quando deveriam nem existir. 
Meninos de rua, produto do desmando que assola a  nossa 
Sociedade que exige tanto do pouco que permitiria que cuidarmos 
Dos nossos meninos.

                                                                               Lido da Silva, julho de 2011

                                            * 

Street child

Call him criminal, but never nobody asked about his childhood,
His need, his dreams. Accuse him, discriminate him, despise him
Without, however, worry about how much these kind of
Treatments hurt him, how much this treatment makes him to
Suffer. This is how we treat our homeless kids, boys who we
Let them grow up in the streets of our cities feeding them with
Contempt which we make them to eat, swallow hard.

Our boys, our boys from ours streets! Kid which we don’t care
With their needs for affection, which we don’t think about
Thirst for love of their spirits, we just care that they are street
Children and we think it is normal they live on the streets.
We do not worry about our participation in cases that kids
Become what we call "monsters", criminals, but we want them
Convicted, arrested, imprisoned as by holding them in jail we
Would be finding a solution to a problem that stubbornly
Demands on our doors.

Children of the streets! Our boys, our problems, product of our
Contempt for others. Our neighbors, brothers who do not live
Next door without, however, are distant. Street children, bandit,
Our bandit, created by us. Street children, our boys, our
Everyday nightmares, inevitable when they could not exist if
The corruption that plagues our country does not steal so much
And allowed us to care best of our children.


                           *

Nenhum comentário:

Postar um comentário

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...