Abstrato - Abstract

O meu físico é um abstrato criado pelo tempo que não o perdoa

Por ser parte de tudo que é seu. O vento, orientado pelo tempo,

O sopra forte, quente e frio. O vento o sopra franco, gelado,

Sopra de todas as maneira e me envelhece furiosamente como

Se me odiasse, como se não concebesse a idéia de me deixar viver.

O meu abstrato, quando mordido pelo vento, deixa-se sangrar e

Embebeda o tempo como se este fosse o eu físico.

O meu físico, que é o amor sendo um abstrato, foi drenado pelo

Tempo, jogado no esquecimento e em seu lugar ficou um abstrato

Desprovido de qualquer sentimento. O meu abstrato se perdeu no

Esquecimento que o tempo criou e depois o desprezou. O tempo
Que cria tudo, cria tanto que trata tudo com indiferença, não tem

Misericórdia por suas criaturas, não as reconhece como sendo

Suas e as despreza sem piedade.

Sendo o meu físico um abstrato consumido pelo tempo, sumirá,

Se misturará ao esquecimento e se transformará em nada.

O universo infinito, que o meu abstrato imagina ser, diante do

Tempo é tão pequeno que é impossível ama-lo. O meu físico

Frustra o meu abstrato ao desnuda-lo, ao permitir que a gente

Perceba que ninguém se interessa em desvendar o – "tudo“ – 
Que ele pensa ser. O meu físico matou, destruiu o meu abstrato

Mas não consegue matar a sua fé que continua intocada. 

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Abstract


My physique is an abstract created by the time that does not

Forgive my body for being part of all that belongs to it.

The wind driven by time, blows strong, it blows hot and cold.

The wind blows weak, cold, it blows in all the way and

Furiously get me older as if it hates me, as if it does not

Conceived the idea of allow me to live. My abstract, when

Bitten by the wind, it bleeds and makes the time drunk as if

The time was physically I.

My physical, that is the love being an abstract, was drained

By time, thrown into oblivion and in the oblivion was

Replaced by an abstract devoid of any feeling. My abstract

Lost itself in the oblivion that time created and then spurned.

The time that creates everything, creates so many things that

Treat all its creation with indifference, time has no mercy for

Its creatures, time does not recognize them as its creation and

Treat them with contempt and without mercy.

Being my physical an abstract consumed by time, it will soon

Disappear, it will blend into oblivion and become nothing.
The infinite that my abstract think to be, in front of the time,

It is so small that it is impossible to any one to love it.

My physical frustrates my abstract baring it, by allow us to

Realize that nobody is interested in uncovering the

- "Everything" – that it thinks to be. My physical killed, it

Destroyed my abstract but it could not kill my abstract’s faith

That remains untouched.


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