quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Meu sono



O sono pesa em meus olhos que, teimosamente, insistem em
Não dormir. O sono não da trégua e apela pelo meu corpo que,
Cansado de mais um dia de luta, concorda com ele e suplica
Para os meus olhos dormirem. O cansaço abraça o sono que
Já não tem paciência nem de aguardar por um banho e juntos,
Me arrastam para cama e ali me atiram enquanto me debato
Sem querer me deitar.

O sono irritado com a insistência do meus olhos em não dormir,
Se faz irritante, perde a paciência e se faz pesado. A cama calada,
Quieta lá no quarto, aguarda sem entender porque os meu olhos
Lutam contra o sono. Sem se importar com a irritação do sono,
Os meus olhos olham para cama, passeiam pela cozinha a
Procura de algo que sei não ter deixado lá. Assim é o ritual dos
Meus olhos antes de se deixar dominar pelo sono.

Tarde da noite, nervoso, o meu sono me empurra para o banheiro,
Gritando: – Se pensas em banhar antes de dormir que o faça já!
Faça agora! – Depois de perder a sua paciência, o sono impõe sua
Autoridade que nunca reconheci, e vence a minha insubordinação
Obrigando-a a me levar para cama. É hora de dormir, hora de dar
Descanso ao sono que cansado tem dificuldade de se recompor.

                                                                                                             Mauro Lucio

                                              *

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