terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Enfermo


Enfermo o meu corpo dói. 
O meu corpo dói como se estivesse sendo 
Espremido pelos meus erros, pelos meus pecados.
O meu corpo dói mais que a consciência diante 
De um espelho encarando as suas faltas.
Ele dói como que para extirpar as impurezas que
A minha vida errante lhes troce.     
O meu corpo está enfermo.

Enfermo o meu corpo dói.
Ele tosse, se contorce e sente frio.
O meu corpo enfermo definha.
Ele míngua como uma folha secando.
O meu corpo murcha como um fruto se 
Preparando para abandonar o ramo que o
Sustenta.
O meu definha como as folhas morta arrastadas
Pelo vento. 

O meu corpo dói
Ele está enfermo, e enfermo, definha como os
Pensamentos vencidos, os pensamentos 
Abandonados pela esperança.
O meu corpo dói.
O meu corpo dói mais que a consciência diante
de suas culpas. 
O meu corpo enfermo definha.
O meu corpo seca, abandonado pela vida que 
Se esvai, ele seca como tudo que não tem 
Mais razão para querer viver.

                      *



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...