sábado, 3 de dezembro de 2011

A morte chegando



A morte chega e me leva, me apresenta para uma nova vida
Vida esta que me abraça, me toma em seu colo. 
Por meu turno agarro-me a nova vida, abro-a como um 
Presente de Deus.
É a vida, o tempo, tudo acontecendo como deve acontecer.
Morto, parto ouvindo prantos e sorrisos dos que ficam. 
Conforto a vida que me conforta e acontece como tudo o 
Mais nesta vida. 
A vida seguindo o seu curso, me leva em sua viagem sem 
Fim.

A morte me sorri, e sorrindo me tira para dançar a valsa da 
Vida.
Vivo! 
Vivo a morte enquanto vivendo a vida,  assim como amo e
Enquanto  me entendo amado. 
Enlaço a alegria com o meu sorriso e com sorriso nos 
Lábios faço sorrir outros lábios. 
A vida me abraça, me tira para dançar e dança comigo a 
Valsa da despedida que é uma música que parece uma 
Canção de ninar, uma canção agasalhadora, um prenuncio 
Do fim que não entristece. 
É um cálice,  o cálice da vida.

A vida me abraça, me tira para caminhar com ela a estrada 
Da vida e lá, na estrada da vida, ela me envelhece.  
Envelhecido, a vida me entrega à morte antes de eu me 
Entender velho
A morte me toma em seus abraços e fica em meu corpo, ela
Me leva,  ela leva o meu "eu“ que, tremendo de frio, anseia
Pela chegada do sol para aquece-lo e dar-lhe uma nova vida. 
A morte, de posse do meu corpo, me leva para o 
Desconhecido. 
Lá no desconhecido a morte me entrega uma nova vida, uma
Vida que me acompanhará até que se complete  o raciocínio 
De tudo que a vida é.

                                                                                       Mauro Lucio


                          *


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