domingo, 18 de dezembro de 2011

No meio da noite





Quando no meio da noite o silêncio vem me dizer
Que tudo entre nós terminou, abraço o vazio que 
Deixaste comigo e choro.
Choro!
Choro. Não consigo aceitar como aconteceu. Não
Percebi quando tudo entre nós acabou. 
Quando no meio da noite o vento sopra e o frio 
Ocupa o vago que deixaste em mim, desesperado
Procuro por ti, procuro por tua presença e só 
Encontro a saudade.
Encontro a saudade que me abraça, me envolve e
Me faz ter a certeza de que não estais mais comigo.

Quando no meio da noite o "tudo“ que fomos me
Acorda para me falar do que vivemos, a tristeza 
Me invade e o meu sono, assustado, foge. Ele foge
E não retorna enquanto não vê a luz do sol surgir
No céu. 
Quando no meio da noite, em sonho, os teus 
Lábios buscam os meus, me entrego, me permito
Viver novamente o que formos.
Quando no meio da noite a saudade que deixaste 
Comigo me braça, choro. Choro e chamo o teu 
Nome e me desespero por não ser ouvido por ti.

Quando no meio da noite a tua ausência se torna
Um pesadelo, oro e peço a Deus para que me dê 
Forças para sobreviver a tão profunda angústia.
Peço, imploro para que Ele te devolva ao meu 
Coração.
Quando no meio da noite o silêncio chama pelo o
teu nome, e me acorda para  ouvi-lo me falar de ti,
Como louco saio á rua para me banhar ao sereno.
Quando no meio da noite a chuva cai sobre as 
Telhas me recordo do tempo em que te ouvia 
Banhar, preparando-te para mim.
Quando no meio da noite, a noite me fala de nos
Dois eu choro, choro inconsolavelmente a falta que
Sinto de ti.

                                  *

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...