sábado, 3 de dezembro de 2011

Vai!



Podes me procurar quando não tiveres ninguém para te ouvir e,
se por um acaso não me encontrares, deixe o recado embaixo 
da porta, procurarei por ti.
Vá!
Vai lá fora! Vai beber o fel que a vida tem para derramar em tua
boca. 
O fel que trocas pelo mel que te ofereço, o mel que ao teu 
paladar parece azedo, ácido.
Vai! 
Quando não suportares mais o amargor do fel que a vida te 
oferece, bata em minha porta e esta se abrirá para ti.
Vai!
Quando te encontrares perdida, mande-me um bilhete e irei te 
buscar.
Vai!
Vá lá fora!
Delicie-se do fel que a vida te oferece agora, jurando ser mais 
Doce que mel que te oferto.

Vá!
Procure!
Podes ir procurar, vá!
Viva tudo que a vida te convida a viver.
Sai!
Saia do meu dia, te perca das minhas noites de monotonia, 
viva!
Te perca no meio do tudo que a vida é porque o mel que hoje é 
doce ao teu paladar, amanhã talvez te será tão amargo que 
precisarás de uma outra boca para aliviar o teu amargor.
Agora vai!
Vá viver os sonhos que a vida te oferece. 
Te prometo que ficarei aqui esperando para te acolher ao final
da tua fantasia.
Vá!

Vai!
Agarra-te à vida, que cheia de vida, te tira para dançar.
Vá!
Ganhe à rua, vá!
Vai!
Não te preocupes em guardar o caminho de volta porque, se te
perderes, irei te buscar. 
Vai!
Vai porque vida te espera lá fora e, se em algum momento, te
encontrares perdida me chame,  irei te buscar.
Vai!
A vida é doce, a vida é tão doce quanto ao fel que beberás ao
perceber que fostes enganada pela vida, quando esta soltar 
sobre os teus ombros o fardo do peso da idade.
Oi!
Não fiques aí fora, entre!
Entre para que a chuva de lágrimas não te molhe.
Vai!
Vai que a vida te espera.

                                    Mauro Lucio - Brasília, dezembro de 2011


                                *


Nenhum comentário:

Postar um comentário

O “daqui a pouco”.

Não sou tolo para acreditar no que o “daqui um pouco” está a me contar. A farsa disfarça e  esconde a verdade sobre a qual ela não quer fala...