sexta-feira, 9 de março de 2012

Atirada ao chão


Atirada ao chão ali ela fica inerte.
Inerte como um pensamento interrompido por um
Susto, como um tombo após um empurrão ela 
Ficou.
Chamada a levantar-se ela recusa, forçada reage
Com veemência e permanece jogada no chão.
Como que concordando com a vontade de quem 
A empurrou, não se manifesta.

Esparramada no solo, muda, ela lambe as suas
Feridas sem chorar. 
Ela não reclama dos olhares críticos que a olha 
Com semblante cerrado, nem lamenta os olhares 
De indiferença.
Era sua sina ser jogada ao chão.
Faz parte de sua sorte ver mãos lhe serem 
Estendidas e outras lhe darem empurrão.
São mãos, são mãos.
Ela esta ali estendida no chão onde fora atirada e,
Ainda que quase pisoteada, não perdeu a razão.

Lá do chão, onde foi atirada, ela encara os rostos
Que a fita, busca perceber nestes, lábios que dela
Sorriem  e lábios que lhe sorriem.
Lágrimas não escorrerem dos seus olhos.
Ela não ouve nenhum pedido de perdão e não 
Perdoa. 
Não perdoa pensando que tudo não passa de um
Susto. 
Foi um empurrão, um tombo que a esparramou
No chão.
Ela não chora, não ouve nenhum pedido de 
Desculpas, tudo é sua culpa já que ninguém se
Manifestou.

                                                    Lido da Silva


                             *

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