quinta-feira, 14 de junho de 2012

Planeta enfermo


No escuro da noite a lua brilha no céu derramando sobre a terra
Os seus mistérios. 
O silêncio da madrugada, cínico, fingindo não saber ser parte do
Sistema, assiste as estrelas em seus imprudentes ir e vir  
Despencarem sobre os oceanos fazendo-os transbordarem suas 
Águas. 
As águas dos mares sobem, transbordam e furiosas com o 
Descaso com que são tratadas pelos homens, correm atrás destes
E roubam-lhes a vida. 
Sem entender o que está acontecendo, os homens olham
Desesperados para o céu agora envolto em fumaças, e pedem
Clemência a Deus, Deus que há muito eles esqueceram.

Com o peito intoxicado pelas fumaças dos nossos carros, motos,
Caminhões e fábricas, o vento tosse e sopra furioso os venenos
Que lhes obrigamos engolir.
O vento sopra! O vento sopra tufões, tornados e tempestades, 
Destruindo tudo que encontra em seu caminho, deixando os 
Homens ao desabrigo, ao relento, no frio do abandono.
Outra vez, chorando, os homens olham  para o céu, agora 
Desprotegido do ozónio, em busca de abrigo mas este, revoltado,
Deixa desabar sobre os homens os raios ultravioletas que os 
Fere de morte.

O dia amanhece e o sol desponta atrás dos montes explodindo em 
Fúria. 
O sol não dormiu, ele não dormiu porque os homens não lhe 
Deixa respirar. 
Sufocado o sol arde em febre e o seu calor avassalador incendeia 
As florestas, ceifa vidas, derrete gelos, enche mares e transborda 
Rios. 
Febril o sol consome as águas que repousam sob a sua luz e, em 
Convulsão, vomita-as sobre a terra em forma de tempestades 
Causando inimagináveis destruições. 
O planeta, doente, tem seus ciclos alterados e por isto hora está 
Muito quente, hora gelado, o que resulta em fenómenos de 
Consequências imprevisíveis.

Extremamente gelado, sentido frio o planeta treme, a terra se
Sacode  violentamente e num estouro provoca, terremotos
Avassaladores arrasam, arrancam tudo que o homem cravou em 
Seu corpo. 
O planeta está revoltado com o descaso com que é tratado pelos 
Vivente e para não ser destruído por estes, ele os destruirá. 
O mar, vomitando os dejetos que  lhes obrigamos engolir, num 
Gigantesco tsunami invade a terra e força os homens chorarem suas
Inconsequências,  força-os perceber que sem um acordo de paz com
O planeta eles não sobreviverão, não terão tempo suficiente para 
Ver os seus netos nascerem.

                                        *




Um comentário:

  1. Meu caríssimo poeta lindo!
    Amei esse texto!
    Posso dizer que acompanho o teu trabalho
    há algum tempo, e, que conheço um pouco
    o teu pensamento, este foi para mim um
    dos mais expressivos que você já produziu!
    Parabéns, o teu Manifesto provoca em muitos
    de nós grande dose de sensibilidade para olharmos
    com mais carinho o nosso Planeta.
    A tua preocupação e o teu grito de alerta, levam-nos
    a refletir que a situação está caótica pela
    forma agressiva e impensada em que os seus habitantes,em especial as grandes corporações, têm provocado ao
    nosso ambiente, à nossa casa Planeta Terra!
    Adorei, meu poeta querido! Meus cumprimentos
    por trazer esse tema ao debate!
    Um grande beijo,
    Dorinha

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