terça-feira, 8 de janeiro de 2013

A porta bate



A porta bate às minhas costas e
Uma aposta grita: - Sou eu!
Olho e vejo a porta furiosa
Correndo atrás de mim e então,
Ágil como um felino, pulo
Saio do caminho e a deixo bater
Violentamente. A porta bate
Sem se importar com o gemido
Do portal. Ela bater forte como
O meu coração bate, depois de
Um susto como o susto do meu
Medo após ouvir um gemido
Que não percebi de onde veio.
A porta bate e tudo treme!
Tudo em sua volta treme diante
Do seu olhar gélido que abarca
O silêncio da madrugada o
Transforma em pesadelo, um
Pesadelo que geme no escuro
Da noite até me acordar.
A porta bate às minhas costas,
E culpa um vento que não soprou,
Ela culpa a chuva e as desculpas
Dadas para retratar uma situação
De  violência que ela provocou.
A porta bate, ela bate com a
Intenção de esmagar os meus
Dedos que esqueci repousando
Sobre o portal, mas não faz mal!
Ela bate e se machuca diante
Da indelicadeza do portal.
                              Janeiro 08, 2013



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...