sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Absurdo - Absurd


Digo ao absurdo:
- A dor dói.
Do eu, doeu, do eu!
Basta de incertezas,
Ausência de amor.
O frio, o vazio de tudo que acabou.
Sou eu, soluço,
Nego tudo.
Sou negado em aflições.
Coração, corações,
Uma prece,
Um pedido, um sermão.
O “senão”,
A angústia da dúvida,
O frio da solidão.
Serve-me um trago!
Trago em mim o teu “não”.
O “não” que tortura,
Destroça o “senão”.
Bebo os teus beijos
Como se ainda os tivesse,
O carinho que me abandonou,
A desventura,
A tortura da desilusão.
O meu corpo rejeita
O cálice do abandono,
Já não sou dono da situação.
Digo ao absurdo,
- A dor dói!
Do eu, doeu, do eu.

           Mauro Lucio, Agosto de 2017

                         @

Absurd

I say to the absurd:
- Pain hurts.
Of me, its hurt, of me!
It is enough of uncertainties,
The absence of love.
The cold, the emptiness of everything 
That's over.
It's me, I do hiccup,
I deny everything.
I am denied in afflictions.
heart, hearts,
A prayer,
A request, a sermon.
The "the if not",
The anguish of doubt,
The cold of loneliness.
Give me a drink!
I have in me your “no”.
The "no" that tortures me,
That destroy the "the if not".
I drink your kisses
As if I still have it,
The affection that have abandoned
Me, the misfortune,
The torture of disillusionment.
My body rejects
The cup of abandonment,
I no longer own the situation.
I say to the absurd,
- Pain hurts!
Of me, it hurt, of me.

                         @
 



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