quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

As minhas verdades




Ilusão!
Acreditar que sou ouvido,
loucura minha, atrevido, que razão?
A verdade não tem dono, fria ela 
não seduz ninguém.
Dura como aço, fria como gelo, se 
provocada, a verdade tem prazer em
ferir e não quero ser ferido, pelo 
menos, agora não!
Não quero ser acordado.
 
Acreditar no que me recuso a ver, é
mais real que dar crédito a verdade
que grita aos meus ouvidos.
Aborrecido com a verdade acuso-a
de deitar-se com quem pode mais.
Fácil me enganar, tolo acredito no 
que as mentiras que dizem estar  
com a razão.
Razão!

Rosna a mentira e com ela estarão 
todos, inclusive eu.
A ilusão é doce, mulher vadia beija
nos lábios como ninguém, ela sabe
se fazer mais prazerosa que uma 
noite inteira de amor.
Excitação, orgasmo e outras 
loucuras que andam de mão dadas
com a mentira.

Ilusão!
Acredito no que sou induzido
a acreditar, sem me importar
que seja mentira ou não!
Quando gosto aceito como 
verdade, entrego-me, me deixo
enganar.
Como todos mortais, gosto de 
ser enganado, gosto de me 
eludir, de ser iludido.

Me iluda!
Minta e lá estarei eu me 
permitindo ser enganado.
As verdades gritam à minha 
volta, dou voltas, me recuso a 
escutar.
Estou feliz, só dou ouvidos às 
minhas verdades, as verdades
que quero escutar, ainda que 
estas verdades sejam mentiras.


Mauro Lucio, Chuy, fevereiro de 2016


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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

No trato com a vida - Dealing with life


No trato com a vida o medo
Assusta.
A desconfiança desconfia
Da coragem tardia e então
Corre.
Insegura a confiança foge,
Se esconde com medo.

As palavras, ainda que 
Sem querer, as vezes
Ferem.
As feridas sangram, 
Gemem e os gemidos
Resmungam.
O choro chora mas se 
Sufocado morre.
Morre em silêncio tal 
Como nasceu.

Diante do desespero a 
Voz se cala, a boca seca
Amarga, o grito que 
Não gritou morre.
Morto o grito, o soluço
Preso na garganta  
Explode em silêncio.
Um silêncio que nunca
Calou.

O fim que poderia ter 
Se dado agora não se 
Deu.  
A esperança há muito se
Desfez no tempo.
Não vejo no horizonte,
Nada parecido com a
Paz.

   Lido da Silva, fevereiro de 2016

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Dealing with life

Dealing with life the fear
Scare.
The distrust distrusts
Of belated courage and 
Then runaway.
Insecure the confidence 
Flees, flees and hide 
Herself in fear.

The words, though
Unintentionally, 
Sometimes hurt.
The wounds bleed,
Moans and the groans
Grumble.
The cry cries but if
Suffocated dies.
Die in such silence as
Was born.

In the face of the 
Despair the voice is 
Silent, the dry 
Mouth bitter, the cry
That didn't cry die.
Dead the scream, the
Hiccup stuck in the
Throat explodes in 
Silence.
A silence that never
Shut up.

The end that could 
Have happened now
Did not happened.
The hope has long
Gone, it faded in time.
I don't see on the 
Horizon, nothing that
Looks like peace.

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Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...