quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Perdido nos desencontros - Lost in mismatches



Há muito me perdi nos desencontros. 
Em cada canto um conto, uma situação, um senão.
Não importa!
Ainda há pouco o acaso bateu em minha porta,
Ele me despertou, me acordou para as respostas
Mudas, para o resmungar do inconformismo.
E eu com isto? 
Por que me importar?

Um aceno, uma lágrima, a saudade,
Acabo de me dar conta de nunca ter dado ouvido ao
Tempo.
Arrependimento, arrependimento, arrependimento!
O tempo conhece todas as histórias, inclusive aquelas
Que ninguém nunca quis me contar.
Sou menino abandonado, homem desconfiado.

Se eu tivesse escutado, se eu tivesse ouvidos o
Resmungar do vento certamente não seria, como sou,
Consumido agora pela ignorância.
Perdi a minha infância chorando e a juventude
Reclamando, quando deveria ter sorrido das
Crueldades que vivi.
Estupidez! 
Perder tempo chorando quando não sabia se me seria 
Dado oportunidade para sorrir.

Há muito desconfio do acaso!
Não por acaso creio que nada nesta vida se dá sem um
Objetivo definido. 
Destino capicioso!
Sorria quando te for dado sorrir, até porque não
Sabes se  algum dia o sorriso te visitará outra vez.
Se eu tivesse escutado, se eu tivesse dado ouvidos
Ao resmungar do vento ...!

                                         Lido da Silva, novembro 2019.


                            @


Lost in mismatches


I have been losted in the mismatches a long time 
Already.
In each corner a tale, a situation.
It doesn't matter!
A little ago the chance knocked on my door,
It woke me up, it woke me up to the answers 
Seedlings, it woke me up to the  grumbling of 
Nonconformity.
I got nothing to do with this?
Why do I have to care about it?

A wave, a tear, a longing,
I just realized that I have never listened to the time.
Regret, regret, regret!
The time knows all stories, including those that no
One ever wanted to tell me.
I am an abandoned boy, a suspicious man.

If I had listened, if I had heard the mumbling of the
Wind I would certainly not be, as I am now, 
Consumed by ignorance.
I lost my childhood crying and my youth
Complaining, when I should have been smiling of 
The cruelties that I have been forced to lived.
Stupidity!
Wasting time crying when I didn't know even if 
I would be given opportunity to smile.


Its a long time that I suspected chance!
It is not by chance that I believe that nothing in this 
Life happens without a defined goal.
Mischievous Destiny!
Smile, smile when you are allowed to smile, because 
You never knows if you will be allowed to smile 
Again.
If I had listened, if I had listened to the grumbling 
Of  the wind...!


                                        @

sábado, 2 de novembro de 2019

O renascer - The reborn



A tua estrada chegou ao fim, o que te foi
Destinado a viver viveste, o livre
Arbítrio jamais te foi negado. 
E agora?
Estás diante da razão das coisas, diante 
Da verdade, da realidade.
Agora te encontra diante do que a vida,
Neste estágio, de fato é.

A tua vida está preste a adentrar em um
Novo iniciar. 
Os teus princípios, orgulhos e vaidades
Esvaecerão no nada.
Despido da matéria e do material 
Viverás o espírito, o espiritual onde a 
Paz ou o tormento será o teu 
Conselheiro.

A tua estrada chegou ao seu final,
Escureceu diante dos teus olhos e não
Vês o que existe adiante.
Como matéria não te é mais 
Permitido seguir e nem te e dado a
Retroagir.
Dispa-se da tua matéria, a tua 
Vestimenta fica aqui.

A tua estrada chegou ao fim, agora te
Resta apenas a reflexão sobre como
Vivestes a tua vida.
É certo que não te recordas de tudo
Que vivestes mas não importa, o 
Desconhecido aguarda ansioso para
Te conduzir ao teu recomeço. 

                        Habacuc, novembro de 2019

                         *

The reborn

Your road has come to an end, what has
Been given to you to live you lived, 
Your freedom has never been denied 
You.
And now?
You are facing the reason of the things, 
You are facing the truth, the reality of 
Life.
Now you find yourself facing what the
Life, at this stage, is.

Your life is about to enter a new begin.
Your principles, pride and vanities will
Fade into nothingness.
Undress of your flesh and material you
Will live the spirit, the spiritual where
Peace or torment will be yours 
Counselor.

Your road has come to an end, it got
Dark before your eyes and you cannot
See what lies ahead.
As a flesh it is no longer allowed to
You to keep going a read and not
Even given to you to retroact.
Get rid of your body, your clothing
Must stay here.

Your road has come to an end, now
Remains only the reflection of how
You have lived your life.
It's true that you don't remember 
Everything that you have lived but
It doesn't matter, the unknown 
Looks forward to lead you to your
Fresh start.

                    *

quarta-feira, 4 de setembro de 2019

Insensatez





Que a sensatez seja louca o suficiente para
se permitir apaixonar-se. 
Que chorem as lágrimas!
Coisa da paixão.
Não quero, como os lúcidos, ser a morada
da precaução.
Com medo da loucura e das desilusões, 
Perdi amores, fugi das oportunidades de 
me apaixonar.
Agora chega.
Não suporto mais ser um sano! 
Incauto, jogarei com a sorte, 
experimentarei adrenalina do medo e 
das desilusões.

Que importa as feridas!
Que os deboches, debochem dos meus 
tombos!
A idade não me impedirá de amar.
Não quero morrer sem experimentar o 
sabor da paixão.
Que a sensatez me repreenda!
Que a prudência, aborrecida comigo, 
deixe de me aconselhar!
Desta feita tomarei a insensatez por 
conselheira e, se acontecer, me 
apaixonarei.
Me entregarei à paixão.

Da estrada que me foi dada a caminhar, 
há muito, mais da metade já caminhei.
A caminhei na companhia da prudência, 
esta mulher ciumenta que, sequer, me 
permitia olhar para os lados. 
A prudência me podou tanto que nem m
dei conta da monotonia do meu caminhar. 
Olhando ao meu redor desconfio que
sequer saí do lugar.

Que a sensatez seja versátil o suficiente 
para se aceitar insensata porque, da 
estrada que me foi dada a caminhar, não 
tarda, chegará ao seu final. 
Não!
Não tomarei a monotonia por 
companheira até os meus últimos dias.
Insensato, quero correr riscos!
Quero que o orvalho dmadrugada me 
encontre, embriagado de amor, nos 
braços macios da paixão.
Quero experimentar o medo da 
insensatez sobressaltando o meu 
coração.

        Lido da Silva, Brasília, setembro de 2019


                       @

Doe. - Donate





As tuas necessidades são como o mar, nunca
Enche, nunca serão satisfeitas.
Ontem buscavas por uma casa simples, hoje queres
Uma mansão e amanhã essa já não te satisfará .
Quando será que a tua necessidade de mim, o teu
Deus, se manifestará?

Concedo-te o necessário para o teu conforto do dia
A dia, mas o teu dia a dia não está satisfeito com o
Que te dou, ele quer mais, sempre quer mais.
Quando te darás conta de que o teu espírito está
Morrendo de inanição, enquanto o teu ego já não da
Conta de usufruir toda a fortuna que acumulastes?
Quando perceberás que a tua infelicidade é fruto da
Tua ganância insana?

Assisto, angustiado, o desfile de vaidade que fazes
Acontecer em minha casa.
A vaidade passeia nos estacionamentos da igreja,
Exibe seus vestidos e ternos caríssimos, mostra suas
Jóias e daí vai até aos sapatos de grife.
A tristeza me consome quando ouço, no meio das 
Tuas pregações, dizeres:
 “A tua graça lhe será concedida  proporcionalmente
À quantia que doares a Deus!”.  
Como assim? 
Eu nunca preguei isto!
Doe às minhas obras somente o que entenderes que
Essas merecem! 
Somente o que mereço.

                                       Lido da Silva, setembro de  2019


                                     *

Donate


Your needs are like the sea, never
Fills, will never be satisfied.
Yesterday you were looking for a simple house, today
You want to have a mansion and tomorrow it will no 
Longer satisfy you.
When will your need for me, your God, will show up?

I grant you what is necessary for your daily comfort, 
But your daily confort is not satisfied with what 
I give to you and it wants more and more, your daily
Confort always wants more.
When will you realize that your spirit is dying by 
Starvation, while your ego no longer gets to enjoy all 
The wealth that you've accumulated?
When will you realize that your unhappiness is the 
Result of your insane greed?

I watch, in anguish, the vanity parade that you put on
At my house.
Vanity walks in church parking lots and
Show off the expensive dresses and suits, show off 
Your jewelry and the designer shoes.
Sadness consumes me when I hear you, in the middle
Of your sermons to say:
“Thy grace shall be bestowed upon the proportion of
The amount that you donate to God!”.
How is that?
I never preached it!
Donate to my works only what you understand that it
Worth!
Donete only what you understand that I do deserve.

                                       *


                         

domingo, 1 de setembro de 2019

Filhos de escravos - Children of slaves





Sou filho de escravos!
Meu sangue fertiliza cada milímetro quadrado
Deste país,
Sou da cor da noite que te amedronta, te 
Assusto, e tu me vigias.
Me vigias porque me temes como os teus 
Antepassados temiam os mistérios dos meus
Ancestrais.

Sou filho de escravos!
Escravizastes o corpo da minha gente, mas 
Nuca conseguistes escravizar os seus
Espíritos.
Livres, andamos pelas ruas observando o
Teu olhar desconfiado nos vigiando.
Nos fizestes tanto mal no passado que 
Agora temes a nossa vingança.

Sou filho de escravos!
Sou a verdade que gostarias de esquecer 
Mas não podes, não consegues.
Estou aqui, presença forte no teu dia a dia,
Sou tua família.
O teu olhar me vigia, me temes, temes 
Que eu um dia venha ocupar o teu lugar,
O lugar que pensas ser só teu.

Sou filho de escravo!!
Com o sofrimento aprendi a arte de viver, 
De sobreviver e de vencer a tua falsa 
Superioridade.
A minha vitória é apenas questão de 
Tempo, não tem jeito, vai acontecer.  
Sou filho da raça forte, sou filho da 
Sobrevivência, sou a parte da tua vida
Que gostarias de esquecer.

Sou filho de escravos!
Sou gente forjada pela dor do 
Sofrimento.
Sou gente que aprendeu com o açoite 
Do vento a arte de lutar e vou lutar 
Pelo que entendo ser meu.
Grito para que me ouças, quero o 
Meu espaço!
Quero o meu naco!
Quero o espaço que estou aqui para o 
Ocupar.
Sou filho de escravos,  mas já não vivo
Mais só de lamentar.

                   Lido da Silva, setembro de 2019

                      @

Children of slaves

I am the son of slaves!
My blood fertilizes every single square 
Millimeter of this country.
I am the color of the night that frightens
You, I frighten you, and you watch 
Over me.
You watch me over because you fear 
Me as yours ancestors feared the 
Mysteries of my ancestors.

I am the son of slaves!
You enslaved the body of my people,
But you never managed to enslave 
Their spirits.
Free, today we walked down the 
Streets watching your suspicious 
Gaze watching us.
You have done us so much harm in 
The past that now you fear our 
Revenge.

I am the son of slaves!
I'm the truth you'd like to forget
But you can't, you can't.
I'm here, a strong presence in your
Everyday life, I'm your family.
Your gaze watches over me, you
Fear me, you fear that one day 
I may take your place, a place 
That you think is yours alone.

I'm a son of a slave!!
With suffering I learned the art of 
Living, I learned to survive and 
Overcome your false superiority.
My victory is just a matter of
Time, there's no way, it will 
Happen.
I am a son of the strong race, I am 
A son of survival, I'm the part of 
Your life a part that you would be
Pleased to forget.

I am the son of slaves!
I am forged by the pain and 
Suffering.
I'm people who learned from the 
Whip from the wind the art of 
Fighting and I will fight for 
What I understand to be mine.
I scream for you to hear me, 
I want my space!
I want my piece!
I want the space I'm here for
To occupy.
I am the son of slaves, but I no 
Longer live just to lament.

                   @


sábado, 31 de agosto de 2019

Não diante dos homens - Not in front of a men





Não dobre os teus joelhos diante de homens
Quando quiseres conversar comigo.
Confesse somente a mim os teus pecados.
O que um pecador pode fazer para te livrar
Do fardo que cansa o teu espírito e rouba
A tua paz?
Fale comigo! Fale somente comigo sobre as
Tuas dores e eu as curarei!

Não te prostres diante de pecadores!
Não derrames às tuas lágrimas em ombros 
Tão fracos quanto aos teus.
Não creia que pessoas que, assim como a 
Ti mesmo vivem em busca do 
Enriquecimento material, sejam capazes de 
Entender as ansiedades do teu espírito.
Fale-me das tuas necessidades e proverei
O que realmente necessitas.

Não confesse as agruras do teu coração à 
Pessoas que não conhecem o amor, como o
Amor de fato é.
Não confie a paz do teu espírito a humanos
Tão pecadores e fracos quanto a ti. 
Fale comigo!
Me entregue o teu coração,!
Confie em mim, confie em meu amor por
Ti e te libertarei dos tormentos que te 
Afligem. 

               Habacuc - Castries, agosto de 2019

 
                            *

Not in front of a men


Do not bend your knees in front men
When you want to talk to me.
Confess only to me your sins.
What can a sinner do to deliver you
From the burden that tires your spirit and 
Steals your peace?
Talk only to me about your pains and
I will Healy them!

Do not prostrate yourself before sinners!
Don't shed your tears on shoulders
As weak as yours.
Do not believe that people who, like
Thyself live in search of
Material enrichment, be able to
Understand the anxieties of your spirit.
Tell me about your needs and I will 
Provide what you really need.

Do not confess the hardships of your heart
To people who don't know love, like
Love really is.
Do not entrust your peace of mind to 
Humans as sinful and weak as you are.
Talk to me!
Give me your heart,!
Trust me, trust in my love for you and 
I will free you from the torments that
Afflict you.

                             *

terça-feira, 27 de agosto de 2019

Não fique só




Me fale dos teus sonhos, permita-me ser parte
Dos teus devaneios.
Vem! Me conta as tuas agonias e aflições,
Deixa-me segura em tuas mãos, te acompanhar
Em tua caminhada.
Não te atormentes com tormentos que nem sabes
Se os experimentarás. Tome as minha mão,
Repouse o teu coração.

Conta-me! Me fale das tuas amarguras,
Não as guarde consigo, divida-as comigo, vou te
Ajudar. Não chore escondido a tua solidão e nem
Viva os teus medos sozinho. Quero segurar as
Tuas mãos e caminhar ao teu lado, converse
Comigo, quero te ouvir.

Converse comigo! Não permita que os momentos de
Turbulências te encontre só e desamparado. Te amo e
Quero me fazer amado por ti, sou teu amigo e
Necessito convencer-te a me aceitar como teu amigo.
Aceite a minha companhia, não permita que o frio  te
Encontre sozinho quando ele bater em tua porta.
Deixa-me segurar a tua mão, precisas de ajuda,
Conheço o teu coração.


                                   @

domingo, 25 de agosto de 2019

Noite de lua




Veja quão lindo é a luz do luar repousando sobre a
Água da lagoa prateando-a.
Veja! Ouça a canção do silêncio que num murmurar
Mudo atrai as estrelas que, tímidas, enfeitam o céu.
Observe a cumplicidade do escuro da noite,
Sorridente, tirando o amor para dançar.

Veja quão lindo é o céu!
É noite de luar e a floresta transpira perfumes,
Aromas que envolve, toma em seus braços os
Amantes e os induzem a sonhar.
Observe as estrelas no céu piscando para ti, elas
Querem o teu  amor, querem te amar, querem que
Te apaixones por sua beleza.

Veja que lindo é a noite!
Sinta o perfume das flores indo ao teu encontro.
É noite de luar e o céu estrelado convidando os
Namorados a ficarem juntos um pouco mais.
Observe a beleza da luz da lua refletido nos olhos
Da tua amada e nas gotículas do orvalho que caiem
No aproximar da madrugada.
É noite de luar.

*

Sou a verdade





 Sou a verdade!
Sou único e só a minha palavra te salvará.
Enquanto me buscares nos homens vagarás
Perdido de um lado para o outro, de
Congregação para congregação sem no entanto
Encontrar a paz  pela qual o teu espírito tanto
Anseia.

Te dou discernimento para que consigas distinguir o
Certo do errado, mas no entanto insistes em permitir
Que homens mal intencionados, com interpretações
Dúbias da escritura sagrada, te convençam de coisas
As quais nunca te prometi.
Busca-me e te mostrarei o real sentido das minhas
Palavras, te mostrarei o caminho que te levará ao
Meu encontro, ao encontro do amor.

Eu sou a verdade, sou o caminho e a luz.
Sou o amor que te ama incondicionalmente e te
Quer feliz.
Fale comigo!
Busque-me e me encontraras no amor, repouse à
Minha sombra, beba da minha fonte e não terás
Sede, e conhecerás a verdadeira felicidade.
                              
                             Poema extraído do livro A VOZ DO AMOR – POEMAS

*


sábado, 24 de agosto de 2019

São falsos




Eu sou a Igreja, sou um só Deus, Deus único e
Verdadeiro, sou o amor.
Triste assisto a vaidade e a ganância dos homens
Ignorando limites, atropelando a decência e a  
Minha vontade, desvirtuando tudo que ensinei.
Triste assisto a minha casa sendo dividida por
Aqueles que deveriam mantê-la unida e
O meu rebanho, desorientado, vaga perdido.

As minhas ovelhas, agora desprovidas de
Discernimentos, cegas por suas ambições 
Desmedidas tornaram-se presas fácies de falso 
Pastores, lobos gananciosos que as tosquiam sem
Piedade.
O meu rebanho, pastorado por espírito do mal,
Aprendem a discriminar seus irmão e, dispersos,
Guerreiam entre si, se matam em nome do amor,
Um amor diferente do amor que sou.

Eu sou o verdadeiro amor, sou a Igreja, sou  Deus.
Sou o Deus único e nunca autorizei homem algum
Dividir-me, dividir e confundir o meu rebanho.
São mentirosos os  que usam o meu nome para
Em suas pregações prometem o enriquecimento
Material em  detrimento da evolução espiritual do
Rebanho.ao seus cuidados.

                                *

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Te dou tudo




Dou vida as flores, voz ao ventos, luz ao sol.
Enfeito os dias, os sentidos e a vida.
Sopro as nuvens para te guardar do calor.
Enxugo tuas lágrimas para te ver sorrir,
Permito o belo raiar em tua face e faço
Com que o amor nasça em teu coração.

Dou vida a brisa da madrugada para que esta te
Afague com meiguice, faço nascer o amor para
Te ensinar a amar e a noite para descansares.
Sou a quem procuras nas tuas horas de angústia,
E quem esqueces quando vives a felicidade.
Te dou vida, e as coisas boas que ela tem para
Te oferecer, sou o amor, o seu criador.

Faço nascer em teu coração sentimentos nobres
Tais como a compaixão e o sentido do perdão.
Criei a emoção para que tenhas como celebrar,
Como  expressar a tua alegria de forma intensa,
Para que possas mostrar a todos a tua felicidade.
Te ensino o amor.

                             @

domingo, 18 de agosto de 2019

Me rejeitas - You reject me



Escuto os teus prantos no meio da madrugada
E, com o coração repleto de ternura, venho ao
Teu lado me sentar.
Te consolo, te conforto mas ainda assim me 
Rejeitas, não me percebes, não reconheces o
Amor que dedico a ti. 

Por que não chamas por mim?
Por que não visitas a minha casa, a nossa
Casa?
Sinto a angústia do teu espírito, sinto o 
Desespero de tua alma e a carência de amor
Do teu coração, mas insistes em não me 
Chamar. 
Insistes em não conversar comigo e sofres
Caminhando sozinho.

Ouço os teus soluços no meio da madrugada,
Venho te confortar, mas não me percebes.
Não percebes o amor que tenho por ti e,
Angustiado, assisto o teu desespero sem 
Nada poder fazer por ti.
Nunca me reconheceste como teu pai e
Sempre rejeitaste o amor que te oferto.

                               Habacuc, abril de 2017.

                                   *
You reject me

I hear your cries in the middle of the night
And with a heart filled with tenderness,
I come to stand by your side.
I console you, I comfort you but you still
Reject me, you don't understand me,
You don't recognize the love that
I dedicate to you.

Why don't you call me when you are in
Need?
Why don't you visit my house, our home?
I feel the anguish of your spirit, I feel the
Despair of your soul and the lack of love
From your heart, but you insist on not
To call me.
You insist on not talking to me and in your
Suffer you walk alone.

I hear your sobs in the middle of the night
And then I come to comfort you, but you
Don't understand me.
You don't understand the love that I saved
For you and, anguished, I watch your
Despair without be able to help you.
You never recognized me as your father
And you always rejected the love that
I offer you.

                            *

sábado, 17 de agosto de 2019

As tuas preces





As tuas preces se perdem no vazio que existe  entre
O teu coração e eu. 
O vazio que existe entre nós agiganta-se quando 
Logo após tuas preces não reconheces o teu irmão,
Quando finges de surdo diante dos lamentos dos 
Menos afortunados.

As tuas preces ferem os meus ouvidos porque não
Oras com sinceridade, e quando conjugas os verbos
O faz sempre na primeira pessoa do singular. 
As tuas orações começam sempre no “eu” , 
Permanecem no “eu” e terminam no
- “para mim” - .
Não suporto ouvir as tuas orações e, por mais que 
Eu queira, me é difícil conceder-te o meu perdão.

As tuas orações angustiam o meu coração, elas são
Torturas, algo terrível de ouvir. 
Não sei por que gritas tanto quando oras, por 
Ventura pensas que eu não seria capaz de ouvir-te se
Orasses em tom moderado?
É triste ver-te adentrando em minha casa com o
Coração repleto de ambições e desejos diferentes 
Do que tenho para te oferecer.
                       
                                     *

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

A paixão



Dado a súplica da paixão
O desamor cala, nega, deixa pra lá.
A decepção só morde, não sopra,
É o afago na pele de quem se quer enganar.

Dos amores não correspondido,
O desalento perverso, sádico, cuida.
Falemos das feridas do desengano que chora;
Chora coração! O engano é de matar.

As coisas do coração  são casos sérios,
Qualquer brincadeira fere,  machuca.
No trato com o amor, o deslize é adultério.

Tomando em conta os devaneios da paixão não
Se bate à porta de um coração onde não quer morar!
Nada é tão triste quanto as lágrimas da desilusão.


Morte - Death






Que tu morte, em tua discrição, quando chegado o meu tempo não
Me tome em seus braços com violência, não me pregue sermões.
Que tu sejas breve na cerimonia da partida para evitar os
Lamentos e que a despedida se resuma em umas poucas orações.

Que tu morte, me poupe dos sofrimentos do teu aproximar, que
Sejas amiga, que aprenda de mim gostar antes de vir me visitar.
Como o tempo de todos chegam, o meu também haverá de chegar
Não me furto à realidade da vida, não me importo em te esperar.

Morte!
Te entendendo como  extensão da vida quero te viver.
Obediente te viverei, experimentarei o teu abraço, os teus afagos,
Serei  o que me deres a ser, já me imagino luz, já me vejo outro ser.

Morte! 
Que a minha hora seja aquela apontada pelo Criador!
Não é bom costume a precipitação nem o atraso, que sejas pontual
Quando da minha hora, pois não gosto de prantos, odeio a dor e
As despedidas.

                                                                    Habacuc, agosto de 2019

                                               @

Death

May you death, at your discretion, when my time has come don't
Take me violently, don't preach to me.
Death, may you be brief at my ceremony´s departure to avoid the
Lamentations, and may my farewell be summed up in a few
Prayers.

May you death spare me the sufferings of your approach, may you
Be a friend of mine; you had better learn to love me before comes
To catch me up.
Death, as everyone's time arrives, mine time certainly will also 
Comes, so I do not deny the reality of life, I do not mind to wait 
For you.

Death!
I understanding you as an extension of my life, I want to live you.
So, obedient I will live you; I will experience your embrace and
Your caresses, I will be what you want me to be, I already 
Imagine myself as light, I already see myself as another being.

Death, may my time be the one appointed by the creator!
It is not a good habit to be hasty or to be late, its better be 
Punctual at the time of my leave, because I don't like tears and 
I hate the soffering. 

                                             @

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

O sono dos culpados - The sleep of the guilty



Durmo o sono dos culpados, omito, 
Me calo quando deveria  protestar.
As orações não me ouvem,  não 
Me respondem, não se apiedam do
Meu lamentar.

Que os pesadelos me façam gritar,
Que me acordem aos solavancos.  
O que importa!
Faz-se necessário eu  contestar, 
Mas não contesto.
O castigo vem a galope, é só
Esperar.

Quando o silêncio contesta, as 
Noites se alongam.
Ruminar pecados não conforta, 
Então penso em orar.
Omissão, omissão, omissão!
Chega de tanto calar.

Durmo o sono dos culpados, 
Omito, sufoco o protestar.
Calo.
Calo mas contesto.
Contesto os argumentos que 
Tentam me amordaçar.

              Habacuc, agosto de 2019

                 @

The sleep of the guilty

I sleep the sleep of the guilty, I omit,
I shut up when I should protest.
Prayers don't hear me, do not
Answer me, It has no pity of my 
Regret.

May the nightmares make me 
Scream, may they wake me up 
With bumps.
I don´t care!
It is necessary to me to contest, but
I don't object.
Punishment comes at a gallop, it's
Just a matter of time.

When the silence contests, the
Nights lengthen.
Ruminating sins does not comfort,
So I think about to pray.
Omission, omission, omission!
Enough of being silent.

I sleep the sleep of the guilty,
I omit, I suffocate the protest.
I keep myself quiet.
I'm silent but I contest.
I contest the arguments that is
Trying to gag me.

                 @

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...