domingo, 21 de julho de 2019

Loucos





Que sorte a sorte dos loucos que ouvem
E vêm as insanidades que a sanidade
Esconde dos sano.  
Que sorte, a sorte dos loucos que não 
Choram rusgas!

O barulho bate à porta, aguça a surdes,
Esta se guarda muda, não responde.
A lucidez lhe enche de medo, 
Apavorada a surdez não ouve.
Não atende à porta.

O louco em sua felicidade "irreal" ri.
Ele ri, zomba da situação.
É só o barulho batendo à porta e a lucidez,
Louca, não permite que a abram.

Que sorte a sorte do louco que não se
Importa com o fustigar do frio em sua
Pele nua.
Insano, ele anda nu, mas só o sano o 
Incomodado em sua nudez.
O sano o olha.

Que sorte a sorte dos loucos que não
Choram o ontem que não viveram.
Não importa!
O louco é louco e o sano, em sua loucura,
Nunca o entenderá.

                                        Lido da Silva


                      @

sábado, 13 de julho de 2019

Essência




De repente, não mais que de repente,
O ontem se fez hoje e tudo o que era
Saudade em mim se transformara
Em felicidade e te vivi, te vivi .

De repente, não mais que de repente,
A tristeza que me vestia desvaneceu-se,
O sol brilhou no que é a minha essência
E o meu eu voltou a sorrir, e sorriu.

De repente, não mais que de repente,
A minha incompreensão compreendeu
Os mistérios da existência, entendi então
Que ainda podia te viver, e te vivi.

De repente, não mais que de repente,
Eu estava em teus braços, sob os cuidados
Do teu afeto, vivendo o frescor do teu
Amor, e de repente uma vez mais te senti.

Não mais que de repente,
Depois de viver a equivocada ilusão
De te haver perdido, te descobri vivendo
Comigo, me permitindo te viver.

                       @

domingo, 7 de julho de 2019

Sorte - Suerte




Não maldigo a sorte,
quando a sorte sem sorte chega para mim.
Tomo um gole ou faço uma oração, não importa
a fé não abandona o meu coração.

Há muitos que não creem, nem pensam em devoção,
há outros tantos que não acreditam, mas não
abrem mão de suas orações.
Não importa é fé.

Não reclamo do que não ganho,
até porque, se não ganhei é porque não era meu.
O que me foi dado a ter tenho e,
o que a mim estiver designado terei.

Sorte a sua, gente sem fé! 
Mesmo sem crer, recebe o seu quinhão.
E vocês ateus de ocasião!
Sei que em seus infortúnios desmancham-se em
orações.

Não maldigo do tempo!
Não reclamo da sorte e nem repreendo os 
tombos com palavrões.
São os meus tombos, a minha sorte, meu 
desígnio, não abro mão.

A minha fé é viva, eu vivo.
As lágrimas, quando em oposição ao sorriso, são
provas, provações.
Aceito-as, elas enobrecem o meu espírito, que 
sorte!
Não vivo aflito.

                 Lido da Silva - Castries, julho de 2019.

                                   @

Suerte


No maldigo mi suerte,
cuando la mala suerte me viene.
Tomo un sorbo o digo una oración, no importa
la fe no abandona mi corazón.

Hay muchos que no creen, ni piensan en la devoción,
hay muncho otros que no creen, pero no 
renuncian a sus oraciones.
No importa, es fe.

No me quejo de lo que no gano,
Porque si no gané es porque no era mío.
Lo que me he asignado tener lo tengo y, lo que me 
no sea asignado lo tendré.

¡Qué suerte tenéis, gente sin fe!
Incluso sin creer, recibe su porción.
¡Y ustedes, ateos ocasionales!
Sé que en sus desgracias se funden en 
oraciones.

¡No maldigas el tiempo!
No me quejo de la suerte y no reprendo a
mi infortunio con malas palabras.
Estas son mis caídas, mi suerte, mi diseño,
no me rendiré.

Mi fe está viva, vivo.
Las lágrimas, se in oposición a la sonrisa,
Son pruebas, ensayos.
Los acepto, ella ennoblece mi espíritu, que 
¡suerte!
No vivo angustiado.

                      &

Fardo

  Envelheci. O que me foi dado a viver, vivi.  Os meus olhos, agora cansados, vêm, ainda que sem muita nitidez, a hora da minha despedida. V...