segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Tropeço e caio



Tropeço e caio,
Não foi um desmaio,
Nem uma peça que o destino me pregou.
Embriagado, em meus devaneios, não
Percebo o desespero das lágrimas e
Nem me dou conta dos “nãos”.
É tudo tão parecido tal como um sermão.

Tropeço e caio,
Mas não peço um abraço para me segurar.
Tudo permanece em seu lugar, menos
As lágrimas que meus olhos choram.
O disfarce não me conforta, a vergonha
Do tombo dói mais que a queda.
Eu não deveria ter saído do meu lugar.

Tropeço e caio.
Não é bebedeira.
Dei bandeira, que besteira!
Cair e não querer me levantar.
Desistir da vida nem pensar,
Ficar no mesmo lugar entristece,
Faz chorar.

Tropeço e caio. já vivi esta situação.
Não espero que me me levantes, nem 
Que me estendas a mão.
Preciso aprender a ser só, urge eu saber
Recomeçar, não posso viver a tropeçar
Vou me mudar deste lugar.

                           Lido da Silva, outubro de 2018

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