Que a sensatez seja louca o
suficiente para
se permitir apaixonar-se.
Que chorem as lágrimas!
Coisa
da paixão.
Não quero, como os lúcidos, ser a
morada
da precaução.
Com medo da loucura e das desilusões,
Perdi
amores, fugi das oportunidades de
me
apaixonar.
Agora chega.
Não suporto mais ser um sano!
Incauto, jogarei com a sorte,
experimentarei a adrenalina do medo e
das desilusões.
Que importa as feridas!
Que os deboches, debochem dos meus
tombos!
A idade não me impedirá de amar.
Não quero morrer sem experimentar o
sabor da paixão.
Que a sensatez me repreenda!
Que a prudência, aborrecida comigo,
deixe de me aconselhar!
Desta feita
tomarei a insensatez por
conselheira e, se acontecer, me
apaixonarei.
Me entregarei à paixão.
Da estrada que me foi dada a
caminhar,
há muito, mais da metade já caminhei.
A caminhei na companhia da prudência,
esta mulher ciumenta que, sequer, me
permitia olhar para os lados.
A prudência
me podou tanto que nem me
dei conta da monotonia do meu caminhar.
Olhando ao meu redor desconfio que
sequer saí do lugar.
Que a sensatez seja versátil o suficiente
para se aceitar insensata porque, da
estrada que me foi
dada a caminhar, não
tarda, chegará ao seu final.
Não!
Não tomarei a monotonia por
companheira até os meus últimos dias.
Insensato, quero correr riscos!
Quero que o orvalho da madrugada me
encontre, embriagado de amor, nos
braços macios da paixão.
Quero experimentar o medo da
insensatez sobressaltando o meu
coração.
Lido da Silva, Brasília, setembro de 2019
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