quinta-feira, 15 de agosto de 2019

O sono dos culpados - The sleep of the guilty



Durmo o sono dos culpados, omito, 
Me calo quando deveria  protestar.
As orações não me ouvem,  não 
Me respondem, não se apiedam do
Meu lamentar.

Que os pesadelos me façam gritar,
Que me acordem aos solavancos.  
O que importa!
Faz-se necessário eu  contestar, 
Mas não contesto.
O castigo vem a galope, é só
Esperar.

Quando o silêncio contesta, as 
Noites se alongam.
Ruminar pecados não conforta, 
Então penso em orar.
Omissão, omissão, omissão!
Chega de tanto calar.

Durmo o sono dos culpados, 
Omito, sufoco o protestar.
Calo.
Calo mas contesto.
Contesto os argumentos que 
Tentam me amordaçar.

              Habacuc, agosto de 2019

                 @

The sleep of the guilty

I sleep the sleep of the guilty, I omit,
I shut up when I should protest.
Prayers don't hear me, do not
Answer me, It has no pity of my 
Regret.

May the nightmares make me 
Scream, may they wake me up 
With bumps.
I don´t care!
It is necessary to me to contest, but
I don't object.
Punishment comes at a gallop, it's
Just a matter of time.

When the silence contests, the
Nights lengthen.
Ruminating sins does not comfort,
So I think about to pray.
Omission, omission, omission!
Enough of being silent.

I sleep the sleep of the guilty,
I omit, I suffocate the protest.
I keep myself quiet.
I'm silent but I contest.
I contest the arguments that is
Trying to gag me.

                 @

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