domingo, 25 de agosto de 2024

Uma mulher chamada Vaidade.

 


E, de repente, me flagro pensando na vaidade.

Vaidade, mulher faceira que me faz crer 

vive-la, enquanto ela me vive. 

Sim, a vaidade me vive, me vive até onde, não

sendo eu mais útil a ela, me entrega à velhice.

Velho, sou abandonado pela vaidade nos

braços do meu destino. 


Verdade! Entretido com as fantasias que a 

vaidade, astutamente oferece, envelheço sem 

me dar conta das crueldades desta  mulher

chamada vaidade.

A vaidade me vive me fazendo crer ser eu

vivê-la. 

Tolo, envolvido pela vaidade, não percebo ser

apenas um joguete em suas mãos.


Amo a vaidade, como nenhum homem deveria

amar uma mulher, mas a amo.

Ainda que reclamando pelo desdém com que

sou tratado pela vaidade, a amo como jamais

amei outra mulher.

Hoje, velho grisalho, me causa arrepios a 

indiferença com que sou tratado pela minha 

paixão maior, a vaidade.


Velho, vivendo das recordações do tempo da

juventude, enciumado, assisto a vaidade,

indiferente ao que fomos, sair com jovens.

A vaidade me devolveu ao meu destino, 

destino que abandonei em minha juventude 

para viver, com a vaidade, as suas aventuras.

Que o meu destino não me despreze como o

desprezei quando me entreguei a vaidade.


          O Mensageiro - Chuy, agosto de 2024.


                          @ 


quarta-feira, 21 de agosto de 2024

Eu e a lua.


Ontem, a noite, como um tolo apaixonado,
esperei pela lua.
Eu estava na rua, e a rua, apiedando-se
da minha solidão, tomou-me em seus
braços e, comigo se deitou.

Falando de paixão, tenho o meu coração
quebrado.
Amargurado, vivo a ilusão de ganhar o
amor da lua.
Lua, que me ignora, ignora os meus
sentimentos.

Não me falem mais de paixão!
Tenho o coração transbordando desilusões.
Ontem a noite, como um adolescente
apaixonado, sai à rua ansiando encontrar
a lua.

Ontem a noite, como o mais loucos dos
amantes, esperei pela lua!
Eu estava na rua, e rua, compadecida da
solidão, exalando compaixão, tomou-me
em seus braços e me consolou.
Hoje a noite, me encontrarei com a lua.


 Mauro Lucio - Chuy, agosto de 2024.


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O dono da razão

  Sei, não sou  o dono da razão, mas não aceito ser abandonado por ela, nos momentos em que as circunstâncias clamam por sua presença. Ciúme...