quarta-feira, 27 de maio de 2015

Os "por que"



Os "por que" questionam,
dialogam, divergem,
discutem as respostas 
cabidas e as descabidas, 
perdem-se nos 
emaranhado dos "por que".

São só detalhes, estrada da 
imaginação, dúvidas, as 
vezes pesadelos e mais 
perguntas.

O que seria das respostas
evasivas, sem o "por que" 
a questiona-las?

Pouco importa os "por que"
se eles estiverem mudos.
Que as dúvidas se 
desesperem.

As dúvidas, se angustiadas,
angustiam, doem, ferem e
reclamam os "por que".

Angustiada, a angustia, 
ainda  que timidamente, se 
apoia nos "porque" para 
disfarçar a sua necessidade
de questionar, "por que"?

Que importa, as apreensões, 
o frio, tristezas e as 
frustrações causadas 
pelos "por quê".

O vazio da mudez pare 
as perguntas.
Os "por que" calam-se
e as dúvidas ocupam o
seu lagar.

Os "se não" zombam 
da embriagues dos 
"por que" e apontam:
- Farta é a mesa do 
silêncio.
 
Prudentes os "por que"
evitam as explicações
precipitadas dos "porque"
e, calado, espera pelo
que vem a acontecer.

O Observador - Chuy, maio de 2015

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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Ilusório


Pelo arraigado da paixão, e não por
causa da violência dos impropérios
ditos nas desilusões,  me calo, me
faço mudo.

Sem me importar com o ridículo,
que zomba da minha suposta 
fraqueza, debelo o orgulho 
aceito ser, para ti, o que acreditas 
que sou.

Sei que, para ti, não passo de um
tolo, o máximo do idiotismo
Ignorando as evidências, 
parecendo insensível, permaneço
ao teu lado.

Fingindo acreditar no que no que
sei nunca haver existido entre nós,
me fazendo crer um medroso, 
não me vou de ti, e nem te deixar 
partir.

Me dou!
Não me cuido e descuido dos 
cuidados que me acodem.
Sem paciência trato as minhas 
dores com ignorância. 

Sem graça, me calo diante da tua 
afeição pelo desamor e, 
inconsequente, aceito ser, para ti, 
tão somente o que acreditas que 
sou.

Lido da Silva - Chuy, maio de 2015.

               *


O teu chicote

Não creio que me odeias como acreditas me odiar. Penso que o que inquieta o teu espírito é saber que já não vivo mais sob o teu julgo, que j...