terça-feira, 5 de abril de 2016

O chicote - The whip


Sou o chicote que bate,
Açoito o ar, corto corpo,
Canto ao dilacerar a carne.
Medo,  prazer horrendo,
Causar a dor.
Dançar gemidos,
Gozar sofrimentos,
Deixar ferir.

Para que o bálsamo,
Se gosto de ferir?
Chora! O choro me agrada.
Sou o chicote que bate,
Sou a razão, a dor.
Faço doer às lágrimas,
A dor me causa prazer.

Nego o sorriso,
A lágrima é o capítulo final.
Termina em lágrimas,
A vida termina em lágrimas.
A verdade é a chicotada que mais dói.
Sou o chicote,
Sou a verdade que fere,
Sou a vida.

Corto a vaidades,
Calo gritso, os gemidos.
A dor sangra, chora,
Soluça e cala,
É a verdade crua e nua.
O susto que espanta, cala,
Deixa estático. É a verdade,
É assim no último momento
Do que sou, sou o chicote.
Sou a chicotada.


                   @


The whip

I am the whip that beats,
I whip the air, I cut the body,
I sing as I tear the flesh apart.
Fear, hideous pleasure,
Cause me the pain.
Dancing groans,
I enjoy sufferings,
Let it hurt.

Balm, what for,
If I love to hurt?
Cry! Tears pleases me.
I am the whip that beats,
I am the reason, I am the pain.
I hurt the tears,
The pain gives me pleasure.

I deny the smile,
The tear is the final chapter.
It ends in tears,
Life ends in tears.
The truth is the lash that hurts the most.
I'm the whip
I am the truth that hurts,
I'm life.

I cut vanities,
I sufocate the screamso, the moans.
The pain bleeds, it cries,
Hiccup and shut up,
It's the raw, naked truth.
The fright that frightens, shuts up,
Leave static. It is the truth,
It's like this till the last moment
Of what I am, I am the whip.
I'm the whip.

           Lido da Silva,  Abril  de 2016


                      @

               

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