terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Das coisas vividas


 Das coisas vividas ficaram
as recordações, os sins e os
nãos. 
Ficaram, também, os 
sorrisos, as lágrimas, a
mãos e as contra mãos.

Preguei uma mentira só
para sentir as reações.
Percebi crédito e 
descrédito e muitas 
interrogações.
Então os afagos e, logo a
seguir, os empurrões. 

Das coisas vividas, sem 
novidades ou 
depreciação.
Num momento eu estou lá
em cima, para logo a 
seguir ser atirado ao chão.

O passado e o presente, 
nada mais são que 
arguição.
Não me darei por 
convencido sem uma boa
explicação.

Das coisas vividas não 
guardo lamentações.
O que havia de ser 
chorado, já chorei e então, 
choro mais não.

Acabou está acabado!
Por mais que ainda doa 
vai passar. 
Se até o "ontem" foi 
embora, por que o "hoje" 
haveria de querer ficar?

Lido da Silva - Castries, dezembro de 2018.


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