quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

A merda pariu


Do deboche à trapaça, coisa
sem graça, coisa dum 
sorriso só.

É um nó!
A vontade de xingar não 
vinga, a boca cala, passa.

O sorriso não foi convidado,
a presença do choro, ainda 
que a situação reclame, é
insensato.

Pariu!
A merda pariu!
As casas, desconfiadas, 
ficam mudas, mas 
pardieiro festeja.

A situação se agravou
quando a criatura chorou.
Chamaram o doutor que,
desconfiado sentenciou :
- Isto é normal.

Da trapaça o deboche,
enganaram os pobres e 
ninguém reclamou.
Mas a grita teria sido 
grande se houvessem 
ludibriado o doutor.

Lido da Silva - Castries, janeiro de 2019.

                *



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