domingo, 20 de janeiro de 2019

Indiferença - Indifference


O sorriso maroto, ignorante, ria zombeteiro
Enquanto a vida lhe escapa.
Chutar a porta não o incomoda o incomodo,
Para ele já está instalado.
Barulho pouco é besteira, não assusta.
As ruas, em pleno meio dia, dormem o seu 
Sono da meia noite.
Os cachorros da vizinhança, preguiçosos
Como seus donos, não ladram.
Na inércia dos inertes tudo de ruim acontece
Sem ser incomodado.
O furto que será anunciado amanhã, quando 
Anunciado, o pior já terá acontecido e mais
Nada a fazer senão especular.

Então o sorriso maroto ria zombeteiro.
A rua acorda alvoraçada, desinformada, não
Tem ideia da gravidade do que se deu.
A vida, que só tira os inocentes para dançar,
Passa.
Ela passa rápido como o argamandel.
Os viventes, não se dão conta de suas  
Obrigações, não aprendem com as lágrimas
Já vertidas.
Mais um dia!
Outro chute na porta que reclama rangendo,
Murmura um impropério qualquer e
Permanece inerte.
O tempo fechou, amedrontado o sorriso,
Outrora maroto, emudece o seu sorriso.
As luzes se apagam e os viventes, 
Amedrontados, se recolhem em suas camas
E fingem dormir.
Finalmente o medo se instalou.

                                 Habacuc, janeiro de 2019

                          %

Indifference


The naughty smile, ignorant, mocking laugh
While the life eludes him.
Kicking down the door doesn't bother him,
To him the mess is already installed.
Little noise is bullshit, it doesn't scare.
The streets, in the middle of the day, sleep 
Its midnight sleep.
The neighborhood dogs, lazy
Like their owners, don't bark.
In the inertia of the inert, everything bad 
Happens undisturbed.
The theft that will be announced tomorrow, 
When announced, the worst will have 
Already happened and nothing more can be
Cone if not to speculate.

Then, the mischievous smile laughed 
Mockingly.
The street wakes up in an uproar, 
Uninformed, have no idea how serious is 
What took place.
The life, which take only the innocent ones
To dance, pass by so fast.
It passes as quickly as the argamandel.
The living ones are not aware of their bonds,
They din't learn from the tears already cryed.
One more day, a new day!
Another kick at the door that complains 
Creaking, murmurs any impropriety and 
Remains inert, closed.
Time became heave, frightened the smile,
Once naughty, now keep mutes his smile.
On the streets the lights go out and the 
Living, frightened, retreat to their beds and
Pretend to be sleeping.
Finally the fear is set in.

                           @

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