domingo, 27 de julho de 2025

O meu abandono



Me sinto abandonado!

o tempo passou e não me levou com ele.

O tempo me deixou para trás, e sem o tempo

me sinto só.

O tempo me entregou às recordações dos

amores que vivi.


Me sinto ao relento.

O tempo passou e levou consigo todos os 

abraços que ganhei, e roubou de mim os 

beijos que guardei como refúgio, onde me 

agasalhava nas  noites frias.


No abandono em que o tempo me guardou,

durmo nos braços da solidão. Vivo o frio da

ausência dos amores que amei, mas que o

tempo me roubou.


O tempo passou e levou consigo as doces

lembranças que sempre guardei com carinho.

O tempo levou consigo as histórias de amor

que vivi.

O tempo levou tudo, me deixou sozinho.


Vivo o abandono!

O tempo me envelheceu, roubou-me o direito

de viver um novo amor.

Sem tempo para me dar, vivo o frio do vazio

no qual o tempo me atirou.


             Lido da Silva - Chuy, julho de 2025.


                       @ 


quarta-feira, 16 de julho de 2025

O sol e a lua.

 

Causa-me cimas observava que o sol, sempre

antes do escurecer, mergulhar no mar e, 

quando já escuro, sair de suas águas 

travestido de lua.


Causa-me cismas observar o sol que há pouco

fustigava os meu olhos com a intensidade de 

sua luz, agora, como lua, me permitir a admirar

toda a sua beleza.


Cismado, nunca curiei o sol se banhando nas 

águas do mar. 

Nunca me atrevi a perguntar ao mar, o que ele 

fazia com o sol  para transformá-lo em lua.


De cismas em cismas o tempo passou e, hoje, 

sou um velho de poucas perguntas, mas aqui

e ali me pergunto o porquê de o sol sempre 

se deitar no mar antes do anoitecer. 


Causa-me cismas observar que o sol, sempre

antes do anoitecer, mergulha  no mar e quando

já escuro, sai resplandecente das águas 

travestido de lua. 


Causa-me cismas!

Cismas!

Só cismas. 


O Observador - Chuy, julho de 2025.


                 @ 


terça-feira, 15 de julho de 2025

O silêncio dos inocentes

 

Tanto foi dito às escondidas que, acesa as
luzes, todos se sentiram culpados, 

inclusive os que não pediram a palavra .


Não tape o rosto!

O desgosto de haver sido excluído jamais

será maior que a sensação de culpa.


De tudo se falou!

Falou-se de tudo!

Falou-se, inclusive, do que não deveria ter

sido dito.


Terminado o convescote, a culpa saiu às  

ruas em busca do primeiro incauto para

tê-lo por culpado.

Cuida, a culpa veste qualquer um!


A culpa culpa os que falaram, mas a

omissão não inocenta os omissos.

Os  inocentes choram o seu silêncio.


Tanto foi dito às escondidas que agora,

acesa a luz, todos se sentem culpados, 

inclusive os que se mantiveram calados.


         O Observador - Chuy, julho de 2025.


                   @   



Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...