A ansiedade assume o controle e me descontrola.
Descontrolada esmurra o meu peito e assustado
O meu coração dispara.
Te esperando, em dueto, os meus pés tamborilam
No chão enquanto minhas mãos, impacientes,
Dedilham sobre a mesa numa manifestação
que
Contestam a tua demora.
Estás demorando?
Não! Não está!
Talvez nem estejas atrasada, mas a ansiedade te
Atrasa e torna a minha paciência impaciente.
Então
os meus pés tamborilantes tamborilam
Desesperadamente no chão.
Te esperando, ansiosos os meus olhos te
buscam,
Tentam te reconhecer em cada rosto
que chega.
São tantos os rostos chegantes que tenho
medo de
Te reconhecer em outro rosto que não
seja o teu.
Irado, um pensamento entediado resmunga:
- Se ela tivesse que vir já teria
chegado!
Não perca o teu tempo esperando-a!
Diz ele desanimado. - Ela não virá!
- Desesperado, um sentimento recém-nascido,
Ansioso por viver diz em tom conciliador:
- Espera mais um pouco, ela virá!
Então, com muita vontade de te
conhecer, te
Espero um pouco mais. A minha decisão
de te
Esperar irrita a ansiedade que não aceita
esperar
Mais.
A hora combinada já chegou, passou, esvaiu-se
No tempo. Irritada a decepção me tortura, me
Machuca, contesta e contesta.
– Tímido, temeroso diante do
destempero da
Decepção que ameaça romper os limites
da
Paciência, o sentimento recém-nascido
Manifesta-se outra vez dizendo:
- Espere só um pouco mais!
Não
desista!
Ainda que ela não venha, vale a pena esperar.
O tempo passou, os meus olhos cansados
de te
Procurar em meio aos rostos chegantes
Resignaram-se.
A ansiedade transformou-se
em frustração e esta,
Percebendo a minha
tristeza, tomou-me em seus
Braços e tirou-me daquele
lugar.
Na saída, num último gesto de
esperança, olhei para
Trás com te procurando quando então um
sorriso
Perdido em meio aos sorrisos, me sorriu
e disse-me:
- Melhor assim, se ela te quiser irá te
procurar.
Junho 07, 2013
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