sábado, 31 de agosto de 2013

Estou vazio


Sinto-me vazio como os pensamentos vagos.
Me vejo perdido como as palavras sem nexo,
Como o reverso de tudo que se perde no
Ontem sem ter significado nada.
Falo para o silêncio que me ouve mudo, e
me responde com o seu silêncio.
Caminho a ermo, olho rostos que me 
Ignoram. 
Amo amores que não querem ser amados 
Por mim, e espero por pessoas que nunca 
Disseram que viriam me encontrar.
Sinto-me vazio como as palavras ignorantes,
E feliz como um tolo que sorri das palavras
Que zombam de sua ignorância, que se
Alegram com as maldades que lhe dizem.
Estou assim, esperando alguém bater em
Minha porta mesmo sabendo que não 
Convidei ninguém para vir me visitar.
Caminho a ermo, indo e vindo em meus
Pensamentos. 
Vivo caminhando em círculo sem perceber
Que não saio do lugar.
Estou aprisionado à atitudes corrompidas
Que escondem a saída em lugares onde 
Sabem que jamais irei passar.
Faço lamentos e cantos! 
São cantigas para ninar o meu sono que, 
Igual a criança pirracenta, não me deixa 
Descansar.
Estou vazio como o amor abandonado,
Como a saudade que sempre vem ao meu
Lado se deitar.  
Esperançoso como a desconfiança,
E desconfiado como alguém induzido a 
Desconfiar abandonei a ideia de amar.
                                                                            
    
O Observador - Brasília, agosto de 2013
 
               *
 

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Nightmares



And the day goes by, the pains cries and cries.
Boundary chasing the wind that run in the nights flies,
Concerns the doubts that knock on my heart´s door.
Doubts! Endless doubts! 
Dreams comes on me exposing all my fears. 
A fear that take control of my foots and force it to run 
On the dirty roads where dreams dwell and end as 
Nightmares, my nightmares.

                                                          Agosto 28, 2013


                                          *

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Desfocado - Blurred



O café frio esquecido na xícara,
repousa mudo sem reclamar.  
Uma pitada de qualquer coisa
caída no chão, silenciosa ouve
a canção sem se emocionar.
A música toca sem tocar o meu
coração, não presto atenção.
Estou mudado, desfocado,
preso ao chão.

Displicente ouço uma canção
que, querendo despertar a 
minha atenção, valseia como as
borboletas valseiam entre as
flores de um jardim. 
Alheio ao mundo a minha 
volta, folheio um livro que não
tenho a intenção de ler. 
Estou mudado, desfocado, 
preso ao chão.

O café frio esquecido na xícara,
repousa mudo, não reclama.
Uma pitada de qualquer coisa
que deixei cair no chão, geme
sempre que lhe piso, e piso. 
Piso como piso a tudo quando 
estou mudado, desfocado.
Quando preso ao chão.

A música toca, mas não tocar o 
meu coração. 
Não presto atenção, estou 
mudado, estou desfocado, 
estou preso ao chão.  
Folheio, displicentemente, as 
páginas de um livro, como se
folheasse algo que não merece 
a minha atenção. 
Estou mudado, estou 
desfocado, estou preso ao 
chão.

       Lido da Silva - Brasília, agosto de 2013

                        *

Blurred

Without complaining, forgotten, mute
The cold coffee lies in the cup.
A hint of something lying on the floor,
Silent hears the song without being
Moved. The music plays without touch
My heart, I even don´t pay attention
On it. I am changed, unfocused, I am
Tied to the ground.

Casually, I hear a song that wanting to
Gain my attention, dance like
Butterflies picking flowers up in a
Garden. Oblivious, I leaf through a
Book that I never had the intention to
Read it. I am changed, unfocused, I am
Tied to the ground.

Forgotten in a cup, the cold coffee lies
Silent, it doesn´t complain.
A drop something that I dropped on
The ground, groan whenever I step on
It and I step on it. I step on it as I do
Step over everything, when I'm
Changed, blurred, when I am tied to
The ground.

The music plays, plays without touch
My heart. I don´t pay attention on it,
I am changed, unfocused, I am tied to
The ground. Indifferent, I leaf the pages
Of a book as I leaf something that
Doesn´t deserve my attention.
I am changed, blurred, I am stuck to
The ground.

                     
*
 




domingo, 4 de agosto de 2013

Às vezes - Sometimes


As vezes sinto como o tempo não tivesse
Passado e tu ainda estivésseis aqui comigo.
As vezes, no meio do silêncio onde escondo
A saudade que sinto de ti, ouço a tua voz
Falando baixinho ao meu ouvido.
Desiludido, percebo que tudo entre nós
Acabou e que tua doce voz agora não é
Mais que o delírio da minha imensa
Vontades de estar contigo outra vez.

As vezes, quando sonho, sinto o calor do
Teu corpo junto ao meu e o abraço.
Abraço-o com a intensidade da saudade
Que ainda sinto de ti.
Então acordo.
Acordo e sinto o abraço frio da frustração. 
Não estás comigo, e somente a imensa 
Vontade que sinto de te ter abraça o meu 
Coração.

As vezes, revendo os dias vividos, percebo
Que sou todo saudades, e que a saudade
Que mais me aflige é a saudade de ti,
Ferida que se recusa a cicatrizar.
As vezes, observando o ocaso, tudo que
Parecia enterrado no tempo volta. 
Volta como um pesadelo enfurecido, coloca
Em minha garganta um nó que me sufoca
Quase à morte, e me faz chorar.

As vezes, as vezes, as vezes...

                                     Agosto 4, 2013

                        *



Sometimes


Sometimes I feel like time has not
Passed and you were still here with me.
Sometimes, in the silence of where I
Hide the longing that I feel you, I hear
Your sweet voice speaking softly in my
Ear and, disillusioned, I realize that all
Between us is over. I realize that thy
Voice is noting more than my immense
Wills of to be with you again.

Sometimes, when I dream of you, I feel
The heat of your body next to mine,
And I hug it. I hug it with the intensity
Of the longing that I still feel by thee
And, in a careless I wakeup. I wakeup
And I feel the cold arms of the
Frustration embracing me. You're not
With me, only the immense wiliness to
Have you back to me, embraces my
Heart.

Sometimes, reviewing the lived days,
I realize that I'm all homesick, and the
Longing which distresses me most is
The longing for you, the wound that
Refuses to be healed. Sometimes,
Watching the sunset, all that I thought
To be buried back in time, comes out
Like a enraged nightmare and puts a
Knot in my throat and choke me
Almost to death, and makes me cry.

Sometimes, sometimes, sometimes ...

                                                       August 4, 2013

                                      *
 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O espírito satisfeito - The satisfied spirit



O que reclama o espírito
saciado de paz, nada 
senão a paz!
Quando viciado pelas
ambições desmedidas, o
espírito inquieta-se,
sofre inquietações.
O que pode aquietar um
espírito ganancioso?
Nada!
A fome do espírito
ganancioso é insaciável.
O que reclama o 
espírito saciado de amor?
Nada!
O espírito saciado de
amor é grato pelo
sopro da manhã, pela
brisa da madrugada
que o perfuma e pelo
toque doce do vento que
o beija.
O espírito saciado é 
grato pelo canto dos
pássaros que o 
desperta no amanhecer.
O que reclama o 
espírito desprovido de
ambições?
Nada!
O espírito não 
corrompido pelo desejo
de posse domina a arte
do saber esperar, é
paciente.
O que reclama o 
espírito vive em paz?
Nada!
Simplesmente nada.

Habacuc -Brasília, Agosto de 2013

            *



The satisfied spirit


What claim a spirit sated
Of peace? Nothing!
When
addicted by insane
Ambitions, the spirit is
Restless and suffers the
Envy´s concerns.
What can easy down a
Greedy spirit? Nothing!
The hungry of a greedy
Spirit is insatiable.
What claim the spirit
Satisfied of love?
Nothing! The spirit sated
Of love is grateful for
The morning´s breeze,
Which perfume him, he
Is grateful for the 
Smooth touch of winds
Which kiss him and for
the birds' songs that 
Gladdens his dawn.
What claim the spirit
Devoid of ambitions?
Nothing!
The spirit that hasn´t
Be corrupted by
Ambitions dominates
The art of know how to
Wait, know how to be 
patient.
What claim the 
Peacefully spirit?
Nothing!
Simply nothing.

 
         *
 


Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...