Me vejo perdido como as palavras sem nexo,
Como o reverso de tudo que se perde no
Ontem sem ter significado nada.
Falo para o silêncio que me ouve mudo, e
me responde com o seu silêncio.
Caminho a ermo, olho rostos que me
Ignoram.
Amo amores que não querem ser amados
Por mim, e espero por pessoas que nunca
Disseram que viriam me encontrar.
Sinto-me vazio como as palavras ignorantes,
E feliz como um tolo que sorri das palavras
Que zombam de sua ignorância, que se
Alegram com as maldades que lhe dizem.
Estou assim, esperando alguém bater em
Minha porta mesmo sabendo que não
Convidei ninguém para vir me visitar.
Caminho a ermo, indo e vindo em meus
Pensamentos.
Vivo caminhando em círculo sem perceber
Que não saio do lugar.
Estou aprisionado à atitudes corrompidas
Que escondem a saída em lugares onde
Sabem que jamais irei passar.
Faço lamentos e cantos!
São cantigas para ninar o meu sono que,
Igual a criança pirracenta, não me deixa
Descansar.
Estou vazio como o amor abandonado,
Como a saudade que sempre vem ao meu
Lado se deitar.
Esperançoso como a desconfiança,
E desconfiado como alguém induzido a
Desconfiar abandonei a ideia de amar.
O Observador - Brasília, agosto de 2013
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