sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

O trovão

                                                                                  Foto: C. de Paula

Encoberto por nuvens
Escuras, o trovão
Retumba e, das tumbas,
Faz escorrer lágrimas
Que para esconderem
Suas lágrimas,
Despencam do céu
Como chuva.

Um urro! Espantado
O céu estremece,
Sacode o meu coração.
Um flash de luz
Chicoteia os meus olhos
E estes, assustados,
Fecham-se, recusam-se
A ver os protestos e a
Noite se faz.

O trovão retumba vezes
Após vezes e acorda os
Sentimentos que,
Adormecidos, não
Magoavam mais.
As dores disfarçam as
Suas lágrimas fazendo-as
Caírem do céu em forma
De chuva.

Um estrondo e penso
Que esta peleja não terá
Fim. O trovão sopapeia o
Meu peito, desperta o
Medo que me faz medo.
Então disfarço as minhas
Lágrimas fazendo-as
Despencarem do céu
Em forma de chuva.

              Janeiro 17, 2014


                      &

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