Diante do pavor das lágrimas que se
agarravam no nada em sua tentativa
inútil de fugir dos motivos que
tinha para chorar me calei.
Calei.
Abismado, vi o sorriso recusar-se a
sorri.
Vi o “senão” fingir ser a certeza e fazer
crer não haver outro jeito.
Vi a certeza, atormentada, encher-se de
dúvidas a certeza e se calar.
As dúvidas,
malditas dúvidas, reproduzem dúvidas.
O medo, sujeito fraco, nojento,
desperta o medo, rouba a paz.
Paz, que paz?
Como ter paz, quando a paz me
abandonou?
Calei.
Diante do assombro das faces me calei.
Vi medos, admissão do terror,
que horror!
Bater à porta ao entrar, passar para
os outros as minhas incertezas e deixar
ficar como se nada tivesse a ver.
Calei.
Enfim, o gosto amargo do medo!
O pânico e a minha incapacidade de
engolir mais este trago.
Ironia!
O silêncio me assusta mas diante das
faces assustada, me refugio, quero
ficar sozinho.
As noites escuras me amedrontam,
as madrugadas me incomodam,
quero ser amado as tenho medo de
me apaixonar.
Os eventos da vida nada mais são
que desencontros.
São só desencontros.
O Observador - Chuy, dezembro de 2015.
$
#
Nenhum comentário:
Postar um comentário