seque as minhas lágrimas.
A tristeza, senhora de si, empossa-se
do que sou.
Ela toma conta do meu eu e faz caso
com descaso.
O tempo não passa, as feridas
sangram, sangram uma última canção.
O ambiente em minha volta canta o
silêncio que vive em meu coração.
O tempo, como tempo, deixa de
existir no meu dia a dia.
As batidas do coração batem em meu
peito com tanta tristeza que o faz
sangrar.
O silêncio se fez maior e me
amedronta, a cisma cismada da um nó
em minha garganta e me sufoca,
sufoca o meu soluço, não consigo
chorar.
Indiferente à minha dor a noite chega,
ela chega fria como a sua despedida.
A lua, sabendo da minha agonia, se
esconde.
As estrelas fazem-se turvas ao meu
olhar choroso, sou o desequilíbrio,
me pareço com a tristeza e, nada sinto
senão um ninguém, ninguém toma
conta de mim, ninguém segura a
minha mão.
Mudo, sem contestar ouço os nãos!
Os nãos que não me negam, mas me
arrastam para o vazio da solidão.
Ela não partiu, não foi, ficou comigo e
fiquei só, só eu e a solidão e assim, vivo
só.
Vivendo só, murmuro, cantarolo as
músicas que outrora eram as nossas
canções.
Habacuc - Chuy, dezembro de 2015
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