quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Desencanto - Disenchantment



Calado, deixo o sopro do vento secar o 
Meu rosto.
A tristeza, senhora de si, empossa-se do
Que sou. 
Ela toma conta do meu eu, faz caso com
Descaso.
O tempo não passa, as feridas sangram,
Toca uma última canção.
Canta o silêncio em meu coração.

O tempo, como tempo, deixa de existir.
As batidas do meu peito batem aflitas,
Esquecidas da sua canção, calam.
O silêncio se fez maior e me assusta,
A cisma aperta a minha garganta, sufoca
O meu soluço, não consigo chorar. 
Pesadelo!

Indiferente à minha dor, a noite chegar.
A lua se esconde ao me ver, as estrelas
Fazem-se turvas ao meu olhar choroso.
Desequilíbrio, tristeza, nada. 
Não sinto ninguém tomar a minha mão,
Falo sozinho, nego a solidão e, mudo, 
Canto o meu desencanto.

Sem uma única palavra, ouço os nãos,
O não que não me negam, mas me 
Arrastam para o vazio da paixão.
Ela não fica.
Fiquei só, só eu, só.
Então murmuro sozinho a nossa última
Canção.

                   Habacuc, dezembro de 2015

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Disenchantment

Silent, I let the wind blow dry the
My face.
Sadness, master of itself, takes over of what
That I am.
She takes over of myself, and consider the
Ignoring.
The time does not pass, the wounds bleed,
Plays one last song.
Sing the silence of my heart.

Time, as time, ceases to exist.
The beats of my chest beat in distress,
Forgotten of their song, they are silent.
The silence grew bigger and it scares me,
The schism tightens my throat, suffocates
My hiccup, I can't cry.
Nightmare!

Indifferent of my pain, the night comes.
The moon hides when it sees me, the stars
Becomes blurred to my tearful gaze.
Imbalance, sadness, nothing.
I don't feel anyone holding my hand,
I talk to myself, I deny loneliness and, mute,
I sing my disenchantment.

Without a single word, I hear the no,
The no that do not deny me, but
They drag me into the void of the passion.
She doesn't stay.
I stay alone, just me, alone by myself.
So, then I mutter alone our last song.

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