gritam sem dor e assisto a protestos
que protestam sem ter contra o que
protestar, mas protestam.
Não importa se a porta esta fechada,
la de dentro escapam gemidos que
não deviam escapar, até porque, as
ruas não os ouve e, se livres,
destoam do lugar.
Os tempos agora são outros e, no
âmago atual situação, as gargantas
gritantes gritam em saber
exatamente porque gritam.
Sinto-os presos às suas ilusões.
Estou descrente das coisas,
descrente das pessoas.
Nas ruas o brandir do chicote
chicoteia e então ouço grito, vejo
lágrima, e as lágrimas sorriem.
Não!
O chicote que nunca respeitou
agora chora e a mão que açoitava
implora por clemência.
Estou descrente das coisas.
Descrente da tudo assisto os lábios
que mentiam exigirem verdades,
mas atenção, eles só aceitam as
suas verdades, as verdades que
regem a
todos não lhes interessa.
Descrente das coisas vejo
viventes exigem respeito, mas só
o respeito que os respeite, o
respeito que abarca a todos não
lhes interessa.
A peça é a mesma, implora para
que a mão que castiga
não o
castigue, mas grita para a mão que
pune puna os outros sem
misericórdia.
Estou descrente das coisas,
descrente das pessoas.
Eu simplesmente estou descrente
O Observador - Chuy, maio de 2016.
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