sexta-feira, 27 de maio de 2016

O Tolo


O Tolo, operário, despretensioso,
Ministro se fez.
Embriagado em devaneios, se
Despiu de sua humildade e,
Ambicioso, missionário se 
Tornou.

Tomado pela fome indomável 
Da ambição, dos bons princípios
Tolo se olvidou.
Acreditou dominar o templo, 
Mas isto com os fies ele não
Combinou.

O Tolo devaneou.
Homem de discurso 
Convincente, convenceu a 
Gente ser homem decente 
Quando lhes falou.

A sua fala aguçou a ambição 
Dos ricos e enfeitou os sonhos
Dos desfavorecidos.
Convenceu aos crentes e aos 
Descrentes que o escutou.

O que o Tolo falou o povo
Acreditou e, no que os 
Viventes acreditavam o Tolo
Falava.
O Tolo falou para o mundo
E o mundo o ouviu.

O mundo fingiu acreditar n
Tolo e o Tolo, incauto, n
Mundo creditou, não 
Atentou ser tudo mentira.
Era mentira o que o Tolo 
Falava e era mentira que, no
Tolo, o mundo acreditava.

O Tolo não atentou para o 
Fato de os fies ricos fingirem 
Melhor que os pobres e que 
Esses, por sua vez, imitavam 
Os ricos.

O Tolo ambicioso não 
Cuidou e sua congregação 
Desmoronou, a gente rica o 
Abandonou e os pobres 
Fingem lamentar o seu 
Abandono.

O Tolo, homem crente e 
Humilde, operário  
Despretensioso, ministro
Se tornou.
Embriagado pelos 
Encantos do poder 
Despiu-se de sua 
Humildade e ganancioso
Se tornou.
O Tolo quis ser o dono
Do mundo mas o mundo
O rejeitou.

              Habacuc, maio de 2016.

               @

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