quinta-feira, 12 de maio de 2016

Nas ruas


Gritam as ruas:
Fora! Fora! Fora!
Sirenes passam velozes
Como que fugindo de alguém.
Passos apressados,
Curiosos em alvoroço,
Barulho, muito barulho,
Falatório.
Viventes vociferam,
Viandantes assustado,
O medo instalado,
Lágrimas.
Na multidão vozes gritam:
É lá, está lá! Apontam.
O deboche sinistro
Zomba das coisas sérias.
O sério, envergonhado,
Esconde-se.
Protestos.
O vociferador de ontem
Não vocifera agora.
Os sorrisos de outrora
Agora vociferam.
Acabou! Alguém grita.
Cá comigo penso: ledo engano,
Agora é que vai começar.
Os iludidos se iludem,
Os tolos digladiam-se.
Desapercebidamente
Deixo o tumultuo da multidão,
Recolho-me à segurança
Da prudência.
Aliás, prudência,
Que magnifico remédio.
A prudência cura até a loucura
Que os loucos demagogos,
 Insistem em violentar.


               @

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