terça-feira, 23 de agosto de 2016

Não vou me calar




Mude o passo!
Não percebestes, mas a valsa mudou.
Desprezastes os desvãos, ignorastes os 
senãos, e zombastes das razões.
Não!
Agora não, chega, não mais!


Agora é tarde!
O tempo de diálogo se esgotou.
Tudo podias, mas nada fizeste, agora
não adianta gritar.
Os teus gritos não vão me assustar.

O abismo tem fome, e tua vaidade é
capas de sacia-lo. 
A paciência esgotou-se e se tornou 
impaciente, e impaciente me dei 
conta de que estava nu, e gritei.

Deu-se o meu grito, e tua indiferença  
não me calará jamais.
Sem se dar conta deixaste de 
acontecer em minha vida, e as razões
que outrora sorriam de mim, agora 
sorriem comigo.

Tanto te pedi para que conversasse  
comigo!
Tu não me ouvias, nunca quisestes
me ouvir. Agora, como o sol se põe 
no horizonte, estou me despedindo 
de ti.

 Mauro Lucio - Chuy, agosto de 2016.

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