tristeza e amargura assisto o povo, o
meu povo, absolver Barrabás e, como
louco ensandecido, sacrificar a
decência e outros valores que me são
caros.
Definitivamente não sei como o meu
Definitivamente não sei como o meu
povo pensa que será o mundo quando
todos, sem exceção, tiverem que negar
a minha existência.
Que triste, que triste, que triste!
O meu povo não tem a menor noção
O meu povo não tem a menor noção
do que pede, do que quer.
Consternado grito: não, não, não!
O povo, o meu povo, está surdo e
O povo, o meu povo, está surdo e
não me ouve.
Ele se perdeu.
Transbordando tristeza assisto a
minha gente, como uma manada em
estouro, rumando ao precipício e
então, desta feita suplico: - Outra
vez não! Por favor não! Choro!
A tristeza inunda o meu coração,
perdi os meus filhos, perdi a parte
mais preciosa da minha criação.
Humilde, ainda que sabendo que
jamais me ouvirão, suplico que me
ouçam, pois sou a solução.
Do topo do monte onde, em outro
tempo, fui crucificado, assisto o meu
povo, gente pela qual dei a minha
vida, iludida, louca ensandecida
absolverem Barrabás e me
condenarem uma vez mais.
Habacuc - Chuy, janeiro de 2021
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