sábado, 17 de maio de 2025

As tuas agruras

 


Não preciso que me contes,

o que contas para ti quando

em tua solidão.

As tuas agruras são tuas

agruras e só a ti cabe vive-las,

então não as atire em meus

braços.


Eu,ainda que choramingando

aqui e acolá, lamento os meus

lamentos sem te incomodar.

Vá!

Tome os teu pecados como

teus pecados e não queira me

apontar.


Sou cismado com as verdades

que me contas porque o que me

contas me soa como meias

verdades.

Me falas das noites claras que

não te deixam dormir, mas 

não falas dos dias escuros que

não deixas clarear.


Ouço com cismas as tuas

estórias, e a tua história me

causa arrepio.

Outrora chorei, junto contigo,

as tuas dores e hoje me dou

conta do quanto isso me

custou.


As minhas cismas vêem com

cismas as tuas dores e duvida

que elas de fato doam como

dizes doerem.

Lágrimas enganam e o

descuido induz o incauto à 

piedade, e piedade é o que

não mereces receber.


O Observador - Chuy, maio de 2025.


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