segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O que foi dito


... e o que dito me bate,
Bate! 
Angustiado peço 
clemencia, mas 
clemencia ele não tem.

O que foi dito,
investido de uma
autoridade que não 
lhe foi dado, me 
bate.

Ele me bate até ás 
lágrimas.
Atira-se em minha 
face até calar-me.

O que foi dito me 
bate.
Atira-se aos meus 
ouvidos e me cala. 
 
Repetindo o que lhe
falei, ao ser 
questionado, nega
o que falou.

Ele diz não guardar 
consigo o que fala 
que esqueceu que
falou.

O que foi dito urra, 
em meus ouvidos,
acusa-me de lhe 
roubar a paz.

O que foi dito está
dito e nem o
arrependimento o
fará voltar atrás. 

O que eu disse me
julga, me condena,
me leva ás lágrimas
enquanto sorri.

Já tendo me 
condenado, o que 
eu disse, não deixa
de me repreender.
 
O que foi dito me 
consome, rouba a 
minha fome e não 
me deixa dormir.

 Lido da Silva - Chuy, fevereiro de 2015

          &

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