Foram tantos os tombos que
tombei em minha vida, que
já não me é mais possível
chorar todas as minhas
feridas.
Amargurado verto os tragos
que tomei, descaminho os
caminhos que caminhei e,
em desabafo, profiro
palavrões.
Abandonado pelos alentos,
ouço os soluços dos meus
lamentos chorando sua
solidão e, só então, entendo
a minha situação.
Dos tantos tombos que
tombei ficou, em mim, a
cisma do sentimento da
paixão e, então, recuso-me
a me apaixonar.
Foram tantos os tombos que
tombei que, nos dias de hoje,
evito me por de pé, tenho
medo de tombar mais uma
vez.
O Observador - Chuy, abril de 2025.
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