A minha pele escura.
Misteriosa como as noites,
quente como os dias de verão.
Escura.
Assustadora como os mistérios da madrugada,
doce como o beijo da namorada,
uma implicância, um senão.
Escura.
A minha pele escura.
Escura!
A minha pele escura.
Linda aos olhos sedentos por mistérios,
amarga às dúvidas que não aceitam o não.
Cismada como os açoites e como o abraço
depois do sermão.
Escura!
A minha pele escura.
A minha pele escura!
Ardente, convidativa, áspera e seca.
Escura!
Fresca, ardente como os beijos
apaixonados.
A minha pele escura.
Alegre, dançante como a relva soprada
pelo vento, serena como o orvalho do
amanhecer, louca como as paixões.
Escura!
A minha pele escura.
Escura!
A minha pele escura.
Sedutora como o perfume da madrugada,
dura, penetrante como os desejos
inconfessáveis.
Escura!
A minha pele escura.
Firme!
Tão firme quanto a rejeição ao olhar frio, e
afável como a compaixão.
Escura!
A minha pele escura.
Doce, mágica ao ser tocada, e magia ao
tocar.
A minha pele escura.
Louca como o desejo desenfreado de se
entregar.
Escura!
Serena como o silêncio nos
momentos
de incertezas, linda como as noites de luar,
misteriosa como o sussurro do vento.
Escura!
A minha pele escura.
Mauro lucio - Chuí,
Abril de 2014
&