sexta-feira, 18 de abril de 2014

A minha pele escura


Escura!
A minha pele escura.
Misteriosa como as noites,
quente como os dias de verão.
Escura.
Assustadora como os mistérios da madrugada,
doce como o beijo da namorada,
uma implicância, um senão.
Escura.
A minha pele escura.

Escura!
A minha pele escura.
Linda aos olhos sedentos por mistérios,
amarga às dúvidas que não aceitam o não.
Cismada como os açoites e como o abraço
depois do sermão. 
Escura!
A minha pele escura.

A  minha pele escura!
Ardente, convidativa, áspera e seca.
Escura!
Fresca, ardente como os beijos apaixonados.
A minha pele escura.
Alegre, dançante como a relva soprada
pelo vento, serena como o orvalho do 
amanhecer, louca como as paixões. 
Escura!
A minha pele escura.

Escura!
A minha pele escura.
Sedutora como o perfume da madrugada,
dura, penetrante como os desejos 
inconfessáveis.
Escura!
A minha pele escura.
Firme!
Tão firme quanto a rejeição ao olhar frio, e 
afável como a compaixão.

Escura!
A minha pele escura.
Doce, mágica ao ser tocada, e magia ao 
tocar.
A minha pele escura.
Louca como o desejo desenfreado de se 
entregar.
Escura!
Serena como o silêncio nos momentos
de incertezas, linda como as noites de luar, 
misteriosa como o sussurro do vento.
Escura!
A minha pele escura.

         Mauro lucio -  Chuí, Abril de 2014

                   &

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