sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Loucura


Louco!
Sábio me calo e guardo a razão,
sorrindo explico a sapiência
que causa ao outros tantas aflições.

Louco,
Sou o tempo a explicar
o que não é entendido, em outras
percepções, sim, sou louco.

Insano falo, e entendem eu estar 
falando só.
Aponto o nada, e nada vêm, então
concordam que sou louco.
Então sou louco.

A razão não aceita que a loucura
seja a capacidade de perceber a 
vida fora do contexto entendido
como normal.
Assim sou louco, percebo a 
lucidez.  

A normalidade das anormalidades
assusta e, os ditos normais se
recusam a aceita-la.  
A normalidade não a explica.
A loucura é inexplicável, é 
loucura. 

Os loucos não vêm a sanidade em
minha loucura.
Taxam-me louco, mas nunca como
demente.
Sorriem, me deixam para lá.

Sou fogo,
Sou água,
Sou terra,
Sou ar.

Louco, aceito a loucura, e de onde
estou assisto a agonias dos, ditos 
normais.
A normalidade que os consome
alimenta a minha loucura.

 O Observador - Chuy, setembro de 2026

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