A poeira adormecida sobre solo, como um bêbado, levanta-se
Ao ser bolinado pela água fria da chuva que violenta o seu
Corpo.
Molhada a poeira exala o seu perfume.
Seu corpo é perfume que adentra os meus poros e agasalha-se
Em meu coração e, transforma-se em paixão.
A pedra solta sobre a terra, como um pesadelo, dali não sai.
Calada, muda, machuca o descuido do descuidado e sangra o
Seu corpo.
Corpo!
Pedra, pó, carne que geme ao ser ferida e profana, peca ao
Apaixonar-se.
Pedra solta sobre a terra machuca o descuido de quem não
Aprendeu a amar.
Vento!
Criatura tinhosa que me acorda no meio da noite para ouvir o
Seus lamentos.
Não aguento!
Não suporto quando o vento, enfurecido com a minha
Desatenção, bate violentamente à porta do meu coração e um
Susto toma o meu corpo.
Que susto, o amor chegou!
Lágrima!
Esta chora a saudade de alguém que nunca esteve comigo mas
Mora em mim.
Paixão que tem rosto e nome!
Nome que só revelo, em meio à agonia da saudade que me
Tortura no silêncio da madrugada, quando tenho somente a
Madrugada para me ouvir, quando mais desejo que ela esteja
Aaqui.
Chuí, Junho 01, 2014
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