domingo, 1 de junho de 2014

Tem nome




A poeira adormecida sobre solo, como um bêbado, levanta-se
Ao ser bolinado pela água fria da chuva que violenta o seu 
Corpo. 
Molhada a poeira exala o seu perfume. 
Seu corpo é perfume que adentra os meus poros e agasalha-se
Em meu coração e, transforma-se em paixão.

A pedra solta sobre a terra, como um pesadelo, dali não sai.
Calada, muda, machuca o descuido do descuidado e sangra o
Seu corpo. 
Corpo! 
Pedra, pó, carne que geme ao ser ferida e profana, peca ao 
Apaixonar-se. 
Pedra solta sobre a terra machuca o descuido de quem não
Aprendeu a amar.

Vento! 
Criatura tinhosa que me acorda no meio da noite para ouvir o
Seus lamentos. 
Não aguento! 
Não suporto quando o vento, enfurecido com a minha 
Desatenção, bate violentamente à porta do meu coração e um
Susto toma o meu corpo.
Que susto, o amor chegou!

Lágrima! 
Esta chora a saudade de alguém que nunca esteve comigo mas
Mora em mim. 
Paixão que tem rosto e nome! 
Nome que só revelo, em meio à agonia da saudade que me 
Tortura no silêncio da madrugada, quando tenho somente a 
Madrugada para me ouvir, quando mais desejo que ela esteja
Aaqui.

                                                                   Chuí, Junho 01, 2014


                                     &

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