segunda-feira, 13 de março de 2017

Das coisas - Of things



Do preâmbulo das coisas,
As dúvidas.
Consciência, engano, engodo.
O choro chora,
A certeza vai embora,
O tédio, o medo.

O chamado cala,
O fogo da paixão esfria.
O coração se deu, entregou-se,
Ferido morte, perde a fé.
Nada fica senão o adeus
Que nunca mais voltou.

Atônito, o amor bebe.
Quer esquecer o último beijo,
Desenlaça-se do abraço que o abraçou.
Estúpida noite,
Apagou a lua para te esconder.
E eu? E eu? e eu?

De nada adianta o amanhã,
Se este for igual ao hoje!
Não é vida!
Melhor que chova,
Detesto as mentiras dos devaneios,
Odeio as ilusões.

O preâmbulo introduz o que não viveu,
Fala de sentimentos que não se deu,
Engana, que sacana!
Ele mente, desavergonhadamente mente,
Engana, perde a gana,
Mata a última ilusão.

                      Habacuc, março de 2017


               @

Of things

From the preamble of things,
The doubts.
Conscience, deceit, deceit.
The cry cries,
The certainty goes away
The boredom, the fear.

The so-called silence,
The passion’ fire cools down.
The heart gave itself, surrendered,
Now wounded to death, loses his faith.
Nothing remains if not the goodbye
That never came back.

Astonished, the love get drunks.
He want to forget the last kiss, he 
Disentangles himself from the hug 
That embraced him. Stupid night, 
That turned off the moon to hide itself.
And I? And I? and I?

There's no meaning in tomorrow,
If it is the same as today!
It's not a life!
Better to rain
I hate the lies of the daydreams,
I hate illusions.

The preamble introduces what did 
Not  live, talk about feelings that didn't 
Happen, come on, what a bastard!
He lies, shamelessly lies, cheat, lose
The desire, kills the last illusion.

                     @

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