A cor que vês em minha pele, não é a cor do meu espírito.
O meu abstrato é da cor da mais linda luz.
Luz que ao te iluminar, faz surgir a cor do teu abstrato.
É assim que você se mostra, é assim que você me faz te
Ver, é assim que gostas de ser.
Os séculos passaram, a escravidão acabou e, no entanto,
A minha presença ainda te incomoda.
O meu amor por ti tem o sabor da vingança em tua boca.
O teu abstrato, não aceita a alegria e a beleza do meu
Sorriso.
A tua, falsa, superioridade não te permite ver o amor
Que tenho por ti.
A tua fraqueza te faz, inconscientemente, me temer.
A mão que te estendi permanece vazia no ar, não me
Abres a porta, não me convidas e nem vem me visitas.
O sofrimento que no decorrer dos séculos me impusestes,
Não matou a alegria do meu espírito, não calou a minha
Voz e nem sufocou o meu prazer cantar e de dançar.
Bati na porta da frente da tua casa, não viestes abri-la,
Não me deixastes entrar.
Paciente, nela me encostei e lá fiquei, eu tinha que te
Lembrar que eu continuava ali, a tua porta não resistiu
Ao tempo, mais eu resisti.
Hoje, espantado e com algum desagrado, compartilhas
Comigo o teu bem estar.
Me tens em tua mesa participando do teu jantar, me
Deito com as tuas filhas e, ainda assim, continuas a me
Rejeitar.
Por quanto tempo pensas que podes resistir a minha
Presença?
Quero o meu espaço, vim para ficar, sou parte do teu
Mundo, venci todas as dores que me impusestes,
Derrotei o tempo, derrubei a tua porta e a tua
Resistência.
Estou sentado em tua sala, sou parte da tua família e
Paciente, te venci.
Lido da Silva, julho de 2011
*
BRAZIL OF MINE
BRAZIL OF MINE
The color that you see in my skin, is not the color of my
Spirit.
My abstract self has the color of the prettiest light.
Light that, illuminating you makes appear the color of
Your own abstract.
This is how you show yourself, this is how you reveal
Yourself to me, how you like to be.
Centuries had passed, slavery finished but, however,
My presence still bothers you.
My love for you left the taste of revenge still in your
Mouth.
Your abstract self do not accept the joy and the beauty
Of my smile.
Your false superiority does not allow you to see the
Love that I have for you.
Your weakness makes you, unconsciously, fear me.
The hand that I extended to you, remains bare empty,
You do not open the door, you do not invite me nor
Come to pay me a visit.
The suffering that, through centuries, you imposed
Me, did not kill the joy of my spirit, neither silenced
My voice nor suffocated my pleasure of singing and
Dancing.
I knocked at the front door of your home, you did not
Come to open it for me, you did not allow me to enter.
Patiently, I leaned myself on it and there I stood,
Because I had to recall you that I continued there,
Your door did not resisted time, but I did.
Today, frightened and with some unpleasantness, with
Me you share your welfare.
You have me in your table participating of your supper,
I lie down with your daughters and, still thus, you
Continue to reject me.
For how much time do you think that you can resist
My presence?
I want my space, I came to be. I am part of yourworld,
I conquer all the pains that you imposed me,
I defeated time, I knocked down your door and your
Resistance.
I am seated in your room, I am part of your family
And patiently, I won against you.
Translated by H. S. Araújo
*
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