quinta-feira, 24 de maio de 2012

Apocalipse


O sol vermelho como fogo esconde-se atrás de nuvens escuras,
E estas ganham a coloração da tristezas.
Assustadas, as pessoas olham para o céu consumidas em suas 
Confusões.
O céu faz chover.
O céu expurga todas as sandices que os viventes, esquecidos 
Dos bons princípios, praticam.
As necessidades desnecessárias consomem o espírito da 
Humanidade e esta, alucinada em sua ganância, busca 
Congregações criadas como com o único objetivo de ganhar
Os bolsos dos incautos, em suas buscas cega pela 
Materialidade.

Num estrondo o céu angustiado grita tentando fazer a sua 
Decepção ser percebida.
O céu não consegue se fazer ouvir pela humanidade moca 
Que se recusa a lhe dar atenção.
O Criador então permite que o seu rebanho, perdido, 
Caminhe rumo ao abismo.
A paz que há muito perdeu a sua paz diante da insensatez 
Reinante, e chora.
A paz chora e,  em um último suspiro, clama por paz.
A humanidade já não consegue ver, não escuta e só fala.
Os viventes estão perdidos em sua ambição.
A humanidade luta desesperadamente por suas conquistas 
Materiais, conquistas que ela diz ter sido o Criador que
Lhes prometeu, porem o Cridor em meio a tempestades 
Diz: - Não! 
- Eu não!
Os humanos entregam suas almas ao primeiro que lhes diz o 
Que gostam de ouvir.
Na televisão, homens de palavras convincentes curam 
Corpos, e adoecem espíritos.
Usam falsas curas para arrebanhar as ovelhas perdidas e o
Céu se ira, o céu chora e grita em trovões ensurdecedores 
Diante de tantas Insanidades.

O amor, angustiado com tanta atrocidade que vê debaixo do
Sol, abandona a humanidade e assiste,  impotente, pais 
Violentando filhas, mães dormindo com os filhos, irmãos 
Cortejando irmãs e o adultério passeando entre as famílias 
Como se fosse o convidado de honra.
Não!
Não há inocentes nessas relações, todos são parte de uma 
Revolução da qual o respeito, a honestidade e todos os 
Sentimentos nobres foram expulsos.
Há muito o céu não vê os fies buscando o Criador.
O nosso Criador tornou-se um esquecimento, e o rei do 
Apocalipse é o dinheiro, é a vulgaridade, e então o céu 
Escurece, o céu grita, grita e deixa chover toda as suas 
Angustias.
Então o apocalipse se dá, toma o seu lugar.

                     O Observador - Brasília, maio de 2012.

                                     *

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