segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Desatino



Que desatino! 
O meu destino, desvairado, zombando da minha sorte.
Que desalento, sentir lágrimas frias e escorregadias
despencarem da minha face dizendo não suportarem 
mais viver comigo. 
Desatino!
Revolta!
Voltar para braços que nunca quiseram me abraçar, 
mas que, ainda assim, me abraçam, por acreditarem
ser seus destino me abraçarem.

Que descaminho! 
Eventos me garantiram que eu não choraria, que eu 
não sofreria as decepções que sofro agora. 
Sofro como alguém que nunca viveu, neste mundo 
louco, sofro como os tolos sofrem buscando o seus 
lugar ao sol.
Que destino! 
Absurdo!
Destinos desatinados me desenganam da perspectiva
de que viverei dias melhores.

Em minhas andanças, encontro todos a sorte de 
destinos, inclusive os desanimadores, ávidos por me
abraçar.  
Que sina! Permitir ser governado por um 
desconhecido e ainda ter de chama-lo de meu. 
Que desatino!  
São tantas as armadilhas escondidas em um destino, 
que escolher um para ser o meu, me parece mais  
assustador do que ter de tomar um cálice oferecido 
por um desconhecido. 

                    O Mensageiro - Chuy, setembro de 2012. 

                                  *







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