O orvalho cai sobre a minha solidão, e
desperta-me de
sonos que não durmo.
A terra fria, sobre a qual o meu corpo
repousa o segura
quando menciono levantar-me.
A poeira que envolveu o meu corpo, quando este
buscou repouso, abraça-o e o convence a deixar-se
ser
tragado para um infinito onde corpos, vivos, mas
desprovidos
de vida, repousam.
O orvalho molha o silêncio da
madrugada e esfria o
meu corpo.
O meu corpo busca um sono, que insiste em não ser
sono, e o sol
nasce o desperta para o que será mais
um dia de
pesadelo.
Doe!
Doe muito, quando o orvalho cai sobre a
minha
solidão e esta se agarra em meu eu.
Doído, todo o meu eu chora.
Chora!
Chora o mais tristes dos lamentos, e eu choro.
A última gota de orvalho reluz, como se fora uma
gotícula de diamante, sobre as pétalas das flores que
guardo em meu coração, para te entregar se algum
dia vieres me visitar.
Penso enfeitar os teus cabelos negros, com o brilho
da lua que se faz refletir em meus olhos.
Não viestes me ver, e o orvalho caiu, secou, morreu.
Então, o orvalho que eu guardei caiu sobre a minha
solidão e
a despertou para a triste realidade.
Não me amas!
Não sabes o meu nome, não me chama e nem me
ouve eu te chamar.
Lido da Silva - Brasília, setembro de 2012
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