sexta-feira, 24 de agosto de 2012

A tua partida



Volte!
Venha ver o amor chorar a tua despedida antes
de ir-te para onde não estarei esperando por ti. 
Espere! 
Não te escondas dos meus olhos, não te 
afastes dos meus braços antes de os meus 
abraços poderem te alcançar.
Fique! 
Reconsidere o teu adeus, ouça os meus 
lamentos, lamento que um dia poderão ser os
teus.

Não feche os olhos para o que não te agrada
ver. 
Não te recuses a ouvir a voz do vento, não
desprezes as flores que tem espinhos. 
Ainda que tenhas medo de amar, ame! 
Abrace o que te ofereço, ainda que fingindo
não saber se tratar de amor, amor para o qual
recusas a abrir a porta do teu coração.
 Abrace!
Abrace como se fora flor o amor atirado,
pelo destino, em teus braços.

Volte, fique ao meu lado!
Farei de conta que não podes me ouvir, 
ficarei mudo, se a minha mudez te agradar. 
Se te apraz, farei de conta que, aquele beijo
que me deste, nunca aconteceu.
Se te confortar, fingirei que as promessas 
que ouvi dos teus lábios, nunca aconteceram.
volta! 
Venha ouvir o meu amor chorar a tua partida,
antes que partas para onde eu não vou estar 
te esperando.

                    Lido da Silva - Brasília, agosto de 2012


                       *

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