terça-feira, 25 de setembro de 2012

Me dê!


Me dê!
Não, melhor que não!
Não me dê não!
Deixe para lá, não faço questão!
Me pense! 
Me pense e depois me despense e, corra 
para casa, e chore.
Que chores, agora, as lágrimas que 
guardas para chorar em outra  ocasião. 
Me dê!
Não, melhor que não!
Não me dê porque se me deres, posso
te esquecer e, certamente, magoarei o 
teu coração.

Me dê!
Não! 
Não me dê o teu sorriso, antes de ele 
sorrir o sorriso que os outros sorrisos, 
anseiam que ele sorria. 
Me dê o teu coração!
Tomes a minha mão e caminhemos em
silêncio. 
Não!
Não fales!
Dê ao vento soprar, em meus ouvidos,
os segredos que tens para me contar.
Não falemos de amor agora!
A hora certa de falarmos irá chegar. 

Me dê!
Entrega-me o teu coração, caminhemos
o que nos é dado a caminhar. 
Somos dois destinos caminhando uma 
só estrada.
Que desnudemos os mistérios 
escondidos em no  horizonte. 
Vivamos a nossa  história enquanto 
escrevemos as nossas estórias.
Então, me dê!
Não, melhor que não!
Só deixa acontecer.  

      Lido da Silva - Brasília, setembro de 2012.


                      *

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