terça-feira, 12 de março de 2013

A velhice - Old age


A velhice abraça o meu corpo que sob o peso da
Idade tropeça e cai, cai morto.
Morto, o meu corpo encontra o repouso que a 
Vida lhe negou.
Morto o meu corpo abraça a paz com a qual 
Tanto sonhou.
Maduro o meu corpo cai!
Ele cai seco, murcho como as folhas 
Ressequidas, dispensadas pelo tempo e 
Abandonadas pela vida. 

Velho o meu corpo sofre a desventura de viver
A experiência de deixar de ser vida.
Ele vive o tormento de repensar o que entende
Ser a alegria, e enquanto admira os últimos 
Raios do sol repousar sobre os montes suplica: 
- Não vá embora, fique um pouco mais, 
espere-me!
Tendo por pano de fundos os pássaros 
Cantando, nas galhas secas das árvores, o 
Resto de vida.
Da minha vida.

A vida me envelhece, enruga-me, e ao perceber
Que o meu corpo já não consegue 
Acompanha-la, abandona-o. 
O meu corpo cai!
O meu corpo cai como as pétalas secas 
Sopradas pelo vento.
No chão, a vida enterra o que resta do meu 
Corpo. 
Enterra-o quando este, já velho, não consegue 
Mais suporta-la sobre os seu ombros.

A velhice, velha, é a linha de chegada do 
Destino.
A velhice é o ponto máximo onde o destino 
Me permite chegar. 
O destino é a sorte dos que tem a sorte de 
Envelhecer.
 A velhice é lógica, mas também é ilógica 
Quando nos entrega à morte. 
A velhice é o destino que me prometeu a vida 
Quando nasci.
Ela é o principio de uma vida que, muitas 
Vezes, desejei que não tivesse fim.

A velhice zomba dos sonhos que vivi, e dos 
Sonhos que deixei para viver quando maduro.
Velho, sinto a velhice espremendo o meu 
Corpo fazendo-o doer.
A velhice, hoje, nega-me os prazeres que 
Outrora me faziam feliz.
A velhice insiste em obrigar o meu corpo 
caminhar de vagar, quando a vida tem mais 
Pressa, e sem paciência, a ela o abandona no 
Meio do caminho e o meu corpo sozinho não 
Consegue acompanha-la e morre.
                                                       

            O Observador - Brasília, março de 2013


                           *


Old


Old age embraces my body, that under the weight of
Age stumbles and falls, falls dead.
Dead, my body finds the rest that
Life has denied to it.
Dead, my body embraces the peace with which
It so longed for.
Mature, my body falls!
It falls dry, withered like the
Dried leaves, discarded by time and
Abandoned by life.

Old, my body suffers the misfortune of to living
The experience of ceasing to live.
It lives the torment of rethinking what it understands
To be joy, and while admiring the last
Rays of the sun resting on the mountains, it pleads:
- Don't go away, stay a little longer,
Wait for me!
With the birds singing in the background, in the 
Dry branches of the trees, 
The rest of life.
Of my life.

Life ages me, wrinkles me, and upon realizing
That my body can no longer
Keep up with it, life abandons my body.
My body falls!
My body falls like the dry petals
Blown by the wind.
On the ground, life buries what remains of my
Body.
It buries my body when it, already old, can no longer
Bear life on its shoulders.

Old age, old, is the finish line of the
Destiny.
Old age is the highest point where destiny
Allows me to reach.
Destiny is the luck of those who are lucky enough to
Grow old.
Old age is logical, but it is also is illogical
When it delivers us to death.
Old age is the destiny that life promised me
When I was born.
It is the beginning of a life that, many
Times, I wished would never end.

Old age mocks the dreams I lived, and the
Dreams I left to live when mature.
Old, I feel the old age squeezing my
Body, making it ache.
The old age, today, denies me the pleasures that
Once made me happy.
Old age insists on forcing my body
To walk slowly, when life is in more of a
Hurry, and without patience, abandons it in the
Middle of the road, and my body alone
Cannot keep up with it and dies.


                         *
 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Hoje à noite - Tonight


Hoje à noite, triste, não ouvirei a nossa canção,
Não escutarei as batidas do teu coração, e nem
Dormirei segurando a tua mão.
Hoje à noite não verei a lua brilhar no céu, não
Sentirei, em teus lábios, o apaixonante doce do 
Mel, e nem assistirei a madrugada despir-se do
Seu vel.

Hoje à noite terei por companheira a solidão,
Sentirei a tristeza maltratar o meu coração e a 
Saudade dizendo-me que fostes apenas uma
Ilusão.
Hoje à noite, angustiado, não esperarei por ti;
Saindo, não saberei para onde ir, e terei às 
Circunstancias induzindo a desistir.

Hoje à noite não te ouvirei dizer-me que me 
Amas, não estarás comigo em nossa cama, e
Nem terei os teus doces beijos a me beijar.
Hoje, a noite, tentará me convencerá de que 
Voltarás, o relógio vigiará as lamúrias do meu 
Coração e experimentarei, outra vez, o sabor 
Amargo da desilusão.

    O Observador - Brasília, março de 2013.

                   &


Tonight


Tonight, sad, I will not hear our lovely song,
I will not hear the beats of your heart and
Neither sleeps holding your hand.
Tonight I will not see the moon shining in
The sky,
I will not feel, in your lips, the honey´s sweet flavor,
And I will not see the dawn undress herself from her veil.

Tonight, I will have as companion the loneliness,
I will feel the sorrows mistreat my heart and
The longing telling me that you were just an illusion.
Tonight, desperate, I will not wait for you;
Going out I will not know to where to go, and
'll have the circumstances telling me to go away.

Tonight will not hear you tell me that you love me,
There will be not you with me in our bed, and
Nor your sweet kisses kissing me.
Tonight, the night will convince me that you're not
Come back to me,
The clock will oversee my heart´s sadness,
I will experience the bitter taste of disillusion.

                                           &

Cantarei



Cantarei!
Cantarei o mais lindo dos cantos,
Cantarei o  canto do nosso Rei.
Cantarei! 
Cantarei o que meus olhos vêm
Na imensidão do azul do céu, 
Cantarei.
Cantarei! 
Cantarei a infinita alegria de
Abraçar e de ter o meu ser 
Abraçado pelo amor do meu 
Criador, cantarei!
Cantarei a mais linda oração!
Me permitirei ser abraçado pelo 
Sopro do vento e com este 
Viajarei, irei ao mais profundo 
Dos sonhos, e lá cantarei.
Cantarei a mais linda canção, 
Cantarei o hino dos anjos, 
Louvarei a Deus com o cantar que
Os pássaros cantam todas as
Manhãs à minha janela e pedirei a 
Sua benção.
Cantarei! 
Cantarei o amor e serei envolvido 
Pelos encantos da lua, ela que
Ilumina a rua por onde caminharei
Quando indo ao encontro do meu 
Deus.
Cantarei!
Cantarei as flores, cantarei a
Graça de estar nos braços do Senhor
Onde viverei o sonho dos sonhos e,
Sonhando cantarei. 
Cantarei a mais linda canção, 
Cantarei  o imenso amor
Que transborda do meu coração.
Cantarei! 
Cantarei o louvor que transforma o 
Meu espírito, que renova a
Esperança e a minha fé. 
Cantarei!
Cantarei o cantar dos anjos, a minha
Canção viajará ao teu coração e o
Convidará a cantar comigo e então, 
Juntos, cantaremos os mais lindos 
Louvares e estes
Serão ouvidos na casa do Senhor onde
Soarão como as mais lindas orações.

                                                             Março 07, 2013

                               *


quarta-feira, 6 de março de 2013

O vento canta



O vento sopra os meus olhos e uma
Lágrima que ali estava escondida deixa-se
Rolar sobre a minha face. 
Nostalgia!
Dias de chuvas, noites frias, a saudade
Tomando o meu corpo, ferindo a
Essência do que o amor faz germinar
Em meu coração. 
O vento canta uma triste canção.

O adeus traz o abandono, traz a ideia que
Empurro para longe enquanto esta insiste
Em grita à porta da minha noite, em meio
Ao tormento da solidão. 
O vento gélido esbofeteia a minha face, 
Obriga-me a fechar os meus olhos para que
Eu não perceba a tristeza do teu adeus 
Abraçar o meu coração.

O vento canta! 
O vento canta as melodias que a tristeza 
Compõe.  
O meu coração, que tantas vezes bateu 
Descompassado sob o afago da emoção da
Tua presença,
Agora chora sob as chibatadas da saudade
De tudo que vivi junto a ti num passado
Não muito distante. 
O vento canta cantigas que angustiam o meu
Coração.

                                                                       Março 05,2013

                         *


sexta-feira, 1 de março de 2013

A tua importância



A tua importância despe de importância
A minha e mostra-me o quão insignificante
É a minha importância para ti.
Despido de importância, a insignificância
Dos meus sentimentos fica evidenciado,
Quando em nosso diálogo só as tuas
Vontades prevalecem, e então me calo.

Evidenciado a insignificância da minha
Importância, o meu coração, apesar da sua
Tristeza não reclama. 
Ele não reclama por que gosta de estar 
Contigo. 
É evidente que, ainda que calado, o meu
Coração protesta por não ter sua angústia
E também a sua insignificância tão 
Evidenciada por tuas atitudes.
A tua importância despe de importância a 
Minha  importância e a desnuda, mostra o
Quão a mesma é insignificante para ti.

Para a tua importância pouco importa o
Que a minha importância tem para dizer-te.
Quando a minha importância reclama da
Arrogância da tua importância esta ira-se e
A cala  abruptamente, mostra-lhe o quão
Insignificante ela é. 
Outra vez a minha importância cala-se, 
Entende que a única maneira de poder ficar 
Perto da tua importância é não ter 
Importância alguma, é calar-se, permanecer
Muda.

A tua importância não ouve o que a minha
Importância tem para lhe falar e então esta
Se cala. 
Sufocada por sua importância, a minha 
Importância perdeu a vontade de dialogar e
Se fez muda. 
Sem ter importância em teu dia a dia, a 
Unha importância deixa-se ser consumida 
Pelo o que consome as coisas que não tem
Importância. 
Ignorado pela tua importância, a minha 
Importância deixa de ter importante e como 
Ela nunca teve importância para ti, morre em
Te esquecimento.
                                                                    Março 01, 2013

                           *


Devotos da perversidade.

  Me recuso a acreditar que mentes sanas deem a luz a pensamentos insanos. Não! Definitivamente não creio que aconteça  de um coração justo ...