A poeira adormecida do chão e
Esta, irada por ter o seu sossego
Desassossegado, desassossega-me.
Desassossegada a poeira
Levanta-se enfurecida e tapa-me
As narinas, me sufoca,
Estrangula-me até que lhe entregue
O céu da minha boca.
Boquiaberto sinto a poeira,
Urrando, descer por minha
Garganta profanando as
Adversidades da vida,
Descascando as feridas com as
Quais, o tempo me fere.
A poeira esbofeteia-me a face,
Atira em meus olhos os seus
Lixos e os faz chorar.
Tomado pelas lágrimas, os meus
Olhos não veem o sorriso
Debochado dos desamores
Mangando do amor no qual
Tanto acredito.
A poeira sufoca o meu peito,
Rouba-me o ar, força-me a
Tropeçar nas promessas de
Amor que não cumpro, e então
Caio. Caio no abraço dos braços
Que desprezo.
Caio o meu tombo, um tombo
Mudo, o tombo o qual
Derrubo. Caio o tombo que
Mostra-me as feridas que
Causo quando desprezo o amor
E que, com ironia, agora
Serve-me o cálice que tapa-me
As narinas, estrangula-me até
Que eu abra a boca.
Boquiaberto vejo a vida
Enterrar, sem sequer acender
Uma vela, a chance de eu ser
Amado.
Setembro 16, 2013
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